A bateria do grupo Muzenza, é composta por 3 berimbaus (berra-boi, médio e viola), dois pandeiros de couro e um atabaque de couro. Os berimbaus sem pintura, de madeira Biriba ou similar, medindo 8 palmos, as baquetas devem ser de madeira, lixadas e medir aproximadamente 40cm de comprimento.
As cabaças devem ser preparadas, lixadas e envernizadas, a corda do berimbau deve ser tirada do pneu do carro, sem queimar o pneu. Os dobrões devem ser de bronze ou similar.
Os pandeiros são de madeira e de couro com dez polegadas.
O atabaque deve ser de madeira, encourado com couro de cabrito ou boi, de cunha de madeira para ser afinado, e com pé de madeira.
Os instrumentos devem ser guardados em capas de couro ou similar.
"O Sábio que não pensa torna-se tolo,
e o tolo que pensa torna-se Sábio!
O Homem perfeito não deixa rastro de sua
conduta! Um grande homem é aquele
que não perde seu coração de criança!"
terça-feira, 13 de abril de 2010
GRADUAÇÃO DO GRUPO MUZENZA
Graduação Adulto

Cinza
Cinza - Amarelo
Amarelo
Amarelo - Laranja
Laranja
Laranja - Verde
Verde
Verde -Vermelho
Verde - Azul
Vermelho - Azul (Monitor)
Azul (Instrutor)
Vermelho - Roxo (Prof. 1º grau)
Vermelho - Marrom ( Prof. 2º grau)
Vermelho - Preto (Prof. 3 º grau)
Roxo (Contra-Mestre 1º grau)
Roxo - Marrom (Contra-Mestre 2º grau)
Marrom (Contra - Mestre 3º grau)
Vermelho (Mestre 1º grau)
Preto (Mestre 2º grau)
Vinho (Mestre 3º grau)
Branco - Vinho (Mestre 4 º grau)
Branco (Mestre mor)
Graduação Infantil - até 15 anos

Crua
Crua-Cinza
Crua-Amarela
Crua-Laranja
Crua-Verde
Crua-Vermelho
Crua-Azul
Cinza-Laranja
Cinza-Verde
Cinza-Vermelho
Cinza-Azul
Amarelo-Verde
Amarelo-Vermelho
Amarelo-Azul
Laranja-Vermelho
Laranja-Azul
Verde-Azul
Significado das cores
Cinza - Vem das cinzas e das cinzas retornará.
Amarelo - Onde está buscando a riqueza do conhecimento.
Laranja - Representa o futuro que está nascendo, dentro da capoeira.
Verde - Do limo das pedras, onde está fixando com a
Capoeira, começa a ficar liso.
Azul - Onde atingiu um grau de conhecimento, é a busca da temperança e do equilíbrio.
Roxo - Primeiro estágio em busca da energia positiva de ser mestre.
Marron - Onde começa e atinge o amadurecimento de ser mestre. Fica concreto como madeira de lei.
Vermelho - Simboliza a vida.
Preto - Simboliza a raça negra
Vinho - O símbolo do envelhecimento. Quanto mais velho melhor.
Branco - Representa a pureza.
"A planta que dá melhores frutos, são as que leva mais pedrada."

Cinza
Cinza - Amarelo
Amarelo
Amarelo - Laranja
Laranja
Laranja - Verde
Verde
Verde -Vermelho
Verde - Azul
Vermelho - Azul (Monitor)
Azul (Instrutor)
Vermelho - Roxo (Prof. 1º grau)
Vermelho - Marrom ( Prof. 2º grau)
Vermelho - Preto (Prof. 3 º grau)
Roxo (Contra-Mestre 1º grau)
Roxo - Marrom (Contra-Mestre 2º grau)
Marrom (Contra - Mestre 3º grau)
Vermelho (Mestre 1º grau)
Preto (Mestre 2º grau)
Vinho (Mestre 3º grau)
Branco - Vinho (Mestre 4 º grau)
Branco (Mestre mor)
Graduação Infantil - até 15 anos

Crua
Crua-Cinza
Crua-Amarela
Crua-Laranja
Crua-Verde
Crua-Vermelho
Crua-Azul
Cinza-Laranja
Cinza-Verde
Cinza-Vermelho
Cinza-Azul
Amarelo-Verde
Amarelo-Vermelho
Amarelo-Azul
Laranja-Vermelho
Laranja-Azul
Verde-Azul
Significado das cores
Cinza - Vem das cinzas e das cinzas retornará.
Amarelo - Onde está buscando a riqueza do conhecimento.
Laranja - Representa o futuro que está nascendo, dentro da capoeira.
Verde - Do limo das pedras, onde está fixando com a
Capoeira, começa a ficar liso.
Azul - Onde atingiu um grau de conhecimento, é a busca da temperança e do equilíbrio.
Roxo - Primeiro estágio em busca da energia positiva de ser mestre.
Marron - Onde começa e atinge o amadurecimento de ser mestre. Fica concreto como madeira de lei.
Vermelho - Simboliza a vida.
Preto - Simboliza a raça negra
Vinho - O símbolo do envelhecimento. Quanto mais velho melhor.
Branco - Representa a pureza.
"A planta que dá melhores frutos, são as que leva mais pedrada."
FORMAÇÃO DO CAPOEIRA MUZENZA
Formação do Capoeirista no Grupo Muzenza
- Humildade
- Serenidade
- Segurança
- Confiança
- Auto-estima
- Equilíbrio Emocional
- Respeito para com todo e qualquer semelhante
- Personalidade formada e indesviável
- Como bom esportista, deverá selecionar companhias, assim como ambientes a frequentar; fugindo sempre das esquinas, de vícios e evitando toda e qualquer ação que venha depor contra a boa formação social e boa conduta.
- Jogos de azar, elemento de deformação das finalidades esportivas
- O capoeirista não se difere do homem comum em todos os campos da vida
- A briga não deve constar no diário de um bom capoeira
- A você, discípulo da Muzenza, confio o nome e a honra de nossa entidade e da capoeira.
O Homem não morre
Quando deixa de existir
O Homem só morre
Quando deixa de sonhar
- Humildade
- Serenidade
- Segurança
- Confiança
- Auto-estima
- Equilíbrio Emocional
- Respeito para com todo e qualquer semelhante
- Personalidade formada e indesviável
- Como bom esportista, deverá selecionar companhias, assim como ambientes a frequentar; fugindo sempre das esquinas, de vícios e evitando toda e qualquer ação que venha depor contra a boa formação social e boa conduta.
- Jogos de azar, elemento de deformação das finalidades esportivas
- O capoeirista não se difere do homem comum em todos os campos da vida
- A briga não deve constar no diário de um bom capoeira
- A você, discípulo da Muzenza, confio o nome e a honra de nossa entidade e da capoeira.
O Homem não morre
Quando deixa de existir
O Homem só morre
Quando deixa de sonhar
PROPOSTA DE TRABALHO MUZENZA
Proposta de Trabalho do Grupo Muzenza de Capoeira
A proposta do Grupo Muzenza, é desenvolver um trabalho de capoeira, essencialmente como arte - luta, mas dando condições aos praticantes de se identificarem com os outros vários seguimentos que existem na capoeira.
Dessa forma, o Grupo Muzenza apresenta uma proposta pedagógica que engloba a capoeira como: luta, arte, ritmo, poesia, cultura, desporto, profissão e filosofia de vida. Permitindo que cada aluno se identifique com uma dessas vertentes.
Todavia, a principal proposta do grupo Muzenza é a capoeira como luta, o desenvolvimento de uma metodologia e filosofia própria, nunca esquecendo de buscar as raízes da capoeira através de muita pesquisa, procurando preservar, a Capoeira Angola e Regional, bem como o respeito e valorização ao verdadeiro Mestre.
"Lembre-se: não é senhor de si mesmo o homem que contrai o vício e dele torna-se escravo".
"Mestre Burguês"
A proposta do Grupo Muzenza, é desenvolver um trabalho de capoeira, essencialmente como arte - luta, mas dando condições aos praticantes de se identificarem com os outros vários seguimentos que existem na capoeira.
Dessa forma, o Grupo Muzenza apresenta uma proposta pedagógica que engloba a capoeira como: luta, arte, ritmo, poesia, cultura, desporto, profissão e filosofia de vida. Permitindo que cada aluno se identifique com uma dessas vertentes.
Todavia, a principal proposta do grupo Muzenza é a capoeira como luta, o desenvolvimento de uma metodologia e filosofia própria, nunca esquecendo de buscar as raízes da capoeira através de muita pesquisa, procurando preservar, a Capoeira Angola e Regional, bem como o respeito e valorização ao verdadeiro Mestre.
"Lembre-se: não é senhor de si mesmo o homem que contrai o vício e dele torna-se escravo".
"Mestre Burguês"
FILOSOFIA DO GRUPO MUZENZA
Filosofia do Grupo Muzenza de Capoeira
O Grupo Muzenza tem como Objetivo direto, difundir a capoeira como filosofia de seu trabalho, seja buscando o desenvolvimento do nível técnico, teórico e didático-pedagógico da capoeira como arte, luta, cultura, profissão e filosofia de vida; procurando resgatar a valorização dos verdadeiros Mestres velhos, como representantes autênticos da manifestação cultural genuinamente brasileira.
Procurando ainda contribuir para a formação de novos profissionais da capoeira, baseado no respeito, disciplina, socialização, e na liberdade de poder se expressar como cidadão na sociedade.
Procurando o engrandecimento do caráter, dignidade e valorização pessoal. O Grupo Muzenza procura transmitir aos seus seguidores a capoeira como arte-luta e manifestação de um povo que se expressa através da liberdade e tradições.
"Durante a volta ao mundo, vai encontrar de tudo quando se encontra nessa vida, do bom e do ruim. O sucesso da volta vai depender de suas qualidades capoeirísticas, particularmente, personalidade, disposição, e muita malícia."
"Mestre Burguês"
O Grupo Muzenza tem como Objetivo direto, difundir a capoeira como filosofia de seu trabalho, seja buscando o desenvolvimento do nível técnico, teórico e didático-pedagógico da capoeira como arte, luta, cultura, profissão e filosofia de vida; procurando resgatar a valorização dos verdadeiros Mestres velhos, como representantes autênticos da manifestação cultural genuinamente brasileira.
Procurando ainda contribuir para a formação de novos profissionais da capoeira, baseado no respeito, disciplina, socialização, e na liberdade de poder se expressar como cidadão na sociedade.
Procurando o engrandecimento do caráter, dignidade e valorização pessoal. O Grupo Muzenza procura transmitir aos seus seguidores a capoeira como arte-luta e manifestação de um povo que se expressa através da liberdade e tradições.
"Durante a volta ao mundo, vai encontrar de tudo quando se encontra nessa vida, do bom e do ruim. O sucesso da volta vai depender de suas qualidades capoeirísticas, particularmente, personalidade, disposição, e muita malícia."
"Mestre Burguês"
HISTÓRIA DA MUZENZA
O Grupo Muzenza de Capoeira, foi fundado em 5 de maio de 1972, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como seu fundador, Paulo Sérgio da Silva (Mestre Paulão), oriundo do grupo Capoarte de Obaluaê, do Mestre Mintirinha (Luís Américo da Silva).
Em outubro de 1975, chega a Curitiba - Paraná - Mestre Burguês (Antônio Carlos de Menezes), que depois de lecionar nos bairros do Méier e Madureira, no Rio de Janeiro, decide fundar mais um núcleo do Grupo Muzenza no Sul do Brasil, implantando e desenvolvendo uma metodologia e uma filosofia própria, voltada para as raízes da capoeira, tendo introduzido essa modalidade em clubes, quartéis, escolas, academias, comunidades carentes e comunidades negras.
Mais de 15.000 alunos, já passaram pelo Grupo Muzenza de Curitiba, e hoje o Grupo se faz presente em 26 estados brasileiros, e 35 países, buscando sempre os fundamentos e as raízes da capoeira através de muita pesquisa.
Desde 1975, o Grupo passou a ser presidido pelo Mestre Burguês.
Grupo Muzenza - Capoeira
"Capoeira é capoeira" para que você possa entender melhor essa definição deve vivê-la."
"Mestre Burguês"
Em outubro de 1975, chega a Curitiba - Paraná - Mestre Burguês (Antônio Carlos de Menezes), que depois de lecionar nos bairros do Méier e Madureira, no Rio de Janeiro, decide fundar mais um núcleo do Grupo Muzenza no Sul do Brasil, implantando e desenvolvendo uma metodologia e uma filosofia própria, voltada para as raízes da capoeira, tendo introduzido essa modalidade em clubes, quartéis, escolas, academias, comunidades carentes e comunidades negras.
Mais de 15.000 alunos, já passaram pelo Grupo Muzenza de Curitiba, e hoje o Grupo se faz presente em 26 estados brasileiros, e 35 países, buscando sempre os fundamentos e as raízes da capoeira através de muita pesquisa.
Desde 1975, o Grupo passou a ser presidido pelo Mestre Burguês.
Grupo Muzenza - Capoeira
"Capoeira é capoeira" para que você possa entender melhor essa definição deve vivê-la."
"Mestre Burguês"
HISTÓRIA DA CAPOEIRA
Dá-se o nome de Capoeira, a um jogo de destreza que tem as suas origens "remotas" em Angola. Era antes uma forma de luta muito valiosa na defesa da liberdade de fato ou de direito do negro liberto, mas tanto a repressão policial quanto as novas condições sociais fizeram com que, à cerca de cem anos, se tornasse finalmente um jogo, uma vadiação entre amigos. Com esse caráter inocente, a capoeira permanece em todos os estados do Brasil.
Tratava-se de um combate singular em que os "moleques de Sinhá", apenas demonstravam sua capacidade de ataque e defesa sem, contudo, atingir efectivamente os oponentes. Foi durante a escravidão que o jogo de Angola começou a crescer e chegou à maioridade no Brasil.
A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a seguinte questão: " A capoeira é uma invenção africana ou brasileira? " Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade ? Ou invenção do indígena? As opiniões tendem para o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos: no livro "A Arte da Gramática de língua mais usada na Costa do Brasil" do Padre José de Anchieta, editado em 1595, há uma citação de que "os índios Tupi-Guarani, divertiam-se jogando capoeira". Guilherme de Almeida no livro "Música no Brasil", sustenta serem indígenas as raízes da capoeira. O navegador Português Martim Afonso de Sousa, observou tribos jogando capoeira. Como se não bastasse, a palavra "capoeria" ( CAÁPUÉRA ) é um vocábulo Tupi-guarani, que significa "mato ralo" ou "mato que foi cortado".
Num trabalho que foi publicado pela XEROX do Brasil, o professor austríaco Gerhard Kubik, antropólogo e membro da associação mundial de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranhar " que o brasileiro chame capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante".
Também o estudioso Waldeloir Rego, que escreveu o que foi considerado o melhor trabalho sobre este jogo, defende a tese de que a capoeira foi inventada no Brasil. Brasil Gerson, historiador das ruas do Rio de Janeiro, acha que o jogo nasceu no mercado, quando os escravos chegavam com cesto (capoeira) de aves na cabeça e até serem atendidos, ficavam brincando de lutar, surgindo daí a verdadeira capoeira. Antenor Nascente, diz que a luta da capoeira está ligada à ave Uru (odontophorus capueira-spix), cujo macho é muito ciumento e trava lutas violentas com o rival que ousa entrar em seus domínios (os movimentos da luta se assemelham aos da capoeira). Por fim, Câmara Cascudo, afirma "ter sido trazida pelos banto-congo-angoleses que praticavam danças litúrgicas ao som de instrumentos de percussão" transformando-se em lutas aqui, no Brasil, devido à necessidade de defesa destes negros!
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez, durante as invasões holandesas de 1624, quando os escravos e índios, (as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas. Os negros criaram os Quilombos, entre os quais o mais famoso Palmares, cujo líder foi Zumbi, guerreiro e estrategista invencível diz a lenda, diz ter sido capoeira. Após esta época, houve um período obscuro e no renascimento do século XIX, transformou-se em um fenômeno social, que tomou conta de centros urbanos como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
As maltas de capoeiristas inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro, e se tornavam um problema para os vice-reis.
Espalhavam-se pela cidade, acabando com festas, colocando a polícia para correr, tirando a teima dos valentões... defendiam sua precária liberdade, ora empregando apenas agilidade muscular, ora valendo-se de cacetes de facas. Foi então que apareceu o major Vidigal, chefe da polícia do Rio de Janeiro, nos começos do século XX: um diabo de homem que parecia estar em toda a parte com seus granadeiros armados de longos chicotes, protegidos pela distância na qual mantinham os capoeiristas e os podiam ofender a salvo.
A literatura de Machado de Assis e a arte de Debret, registravam a presença da capoeira nos costumes da época. Os capoeiristas viviam em "maltas", verdadeiros bandos que recebiam apelidos como "guaiamus" ou "nagôs". As "maltas", tiveram participação ativa em fatos históricos como: a revolta dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para a guerra do Paraguai se rebelaram e foram rechaçados pelos capoeiristas), nas escaramuças entre monarquistas e republicanos e até na Proclamação da República. As maltas da Bahia foram desorganizadas por ocasião da guerra do Paraguai: o governo da província, recrutou a força dos capoeiras, que fez seguir para o sul como "voluntários da pátria".
Manuel Querino, conta que muitos deles se distinguiram por atos de bravura no campo de batalha. Quando brigavam entre si, o grito de guerra assustava os estanhos ao ramo: "fêcha, fêcha!" significava o início de briga e ai de quem estivesse por perto.
Consta que a guarda pessoal de José do Patrocínio e do próprio imperador de D. Pedro I, era formada por capoeiristas. Esse prestígio começou a cair com as leis abolicionistas: sem aptidão de qualquer espécie, uma massa humana disputava mercados de trabalho inexistentes. O jogo corporificou-se como instituição perniciosa e sua extinção passou a ser a palavra de ordem. As maltas converteram-se em grupos poderosos de proteção a negócios escusos e à audácia culminou com Decreto-lei 487, decretado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1890: a partir do dia 11 de outubro, todo o capoeirista pego em flagrante seria desterrado para a Ilha Fernando de Noronha por um período de seis meses.
Ainda assim, a capoeira mostrou sua força: ao ser detido um de seus mais temíveis praticantes, o nobre português José Elísio dos Reis ( Juca Reis ), preso por Sampaio Ferraz. O governo republicano sofreu sua primeira crise ministerial. Juca Reis era nada menos do que irmão do Conde de Matosinhos, dono do jornal "O País", o mais ferrenho defensor da causa republicana. Nas páginas do jornal, Quintino Bocaiúva defendeu com unhas e dentes a liberdade de Juca e o governo do Marechal foi obrigado a voltar atrás: ele acabou retornando para Portugal.
O mais famoso dos capoeiristas nacionais era natural de Santo Amaro, na zona canavieira da Bahia, e tinha os apelidos de Besouro Venenoso e Mangangá. Era invencível e inigualável. Ainda hoje as chulas da capoeira cantam suas proezas lendárias. A hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do Passo do frevo, legado da capoeira.
A Ressureição
O decreto-lei 487, acabou temporariamente com a capoeira. Muitos de seus adeptos permaneceram exilados em São Paulo, no interior, participando de trabalhos forçados.
Mestre Bimba, é considerado o pai da capoeira moderna, não só por ter atuado decisivamente na libertação, mas também por ter sido o primeiro a dar-lhe uma didática e ensinar em recinto fechado. Mestre Bimba criou o estilo "Regional". O estilo "Angola" teve em Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, seu mais digno representante.
Hoje, a capoeira não é mais privilégio da Bahia ou do Rio de Janeiro, tendo se espalhado por todo o Brasil com grande aceitação. Tornou-se um esporte competitivo, segundo a resolução do conselho Nacional de Desportos, em 1972. No exterior já se praticava em mais de 60 países.
A música faz-se notar com grande influência na capoeira. Poucas são as lutas ou muito raras aquelas que tem suas evoluções marciais interligadas aos sons de instrumentos.
A capoeira tem em seu conceito de arte marcial, afinidades que chegam quase a ser uma necessidade musical.
Sons de percussão dando um ritmo ao corpo, que com as vibrações sonoras anima-se ao ponto tal estudiosos já aceitam que o som usado na capoeira, provoca reações conscientes e inconscientes de força no capoeira.
O capoeira entrega seu corpo e mente àquele som, com grande interpretação psicológica e expressão corporal. Juntos, os dois conseguem na capoeira, um resultado fascinante, onde a musicalidade é parte fundamental no conjunto da luta.A música traz a uma roda de capoeira, muita força psicológica, uma união de todos aqueles que dela participam. Dessa união a força de pensamento interna de cada um traz uma emoção forte e vibrante aquela roda. Em contra partida, uma mesma roda de capoeira sem música ou outro som, não desperta a mesma motivação, deixando seus participantes menos excitados e até mesmo desconcentrados.
As letras das músicas, em sua maioria simples, falando dos escravos, das senzalas, da liberdade oprimida... mas se interpretadas com o sentimento que transmitem, muitas delas trazem alguma ou muita emoção a quem canta, e a quem ouve.
"Praticar capoeira, é uma das formas mais simples de expressar o desejo de ser livre nos movimentos, e de ser brasileiro de fato"
"Mestre Burguês"
Tratava-se de um combate singular em que os "moleques de Sinhá", apenas demonstravam sua capacidade de ataque e defesa sem, contudo, atingir efectivamente os oponentes. Foi durante a escravidão que o jogo de Angola começou a crescer e chegou à maioridade no Brasil.
A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a seguinte questão: " A capoeira é uma invenção africana ou brasileira? " Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade ? Ou invenção do indígena? As opiniões tendem para o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos: no livro "A Arte da Gramática de língua mais usada na Costa do Brasil" do Padre José de Anchieta, editado em 1595, há uma citação de que "os índios Tupi-Guarani, divertiam-se jogando capoeira". Guilherme de Almeida no livro "Música no Brasil", sustenta serem indígenas as raízes da capoeira. O navegador Português Martim Afonso de Sousa, observou tribos jogando capoeira. Como se não bastasse, a palavra "capoeria" ( CAÁPUÉRA ) é um vocábulo Tupi-guarani, que significa "mato ralo" ou "mato que foi cortado".
Num trabalho que foi publicado pela XEROX do Brasil, o professor austríaco Gerhard Kubik, antropólogo e membro da associação mundial de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranhar " que o brasileiro chame capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante".
Também o estudioso Waldeloir Rego, que escreveu o que foi considerado o melhor trabalho sobre este jogo, defende a tese de que a capoeira foi inventada no Brasil. Brasil Gerson, historiador das ruas do Rio de Janeiro, acha que o jogo nasceu no mercado, quando os escravos chegavam com cesto (capoeira) de aves na cabeça e até serem atendidos, ficavam brincando de lutar, surgindo daí a verdadeira capoeira. Antenor Nascente, diz que a luta da capoeira está ligada à ave Uru (odontophorus capueira-spix), cujo macho é muito ciumento e trava lutas violentas com o rival que ousa entrar em seus domínios (os movimentos da luta se assemelham aos da capoeira). Por fim, Câmara Cascudo, afirma "ter sido trazida pelos banto-congo-angoleses que praticavam danças litúrgicas ao som de instrumentos de percussão" transformando-se em lutas aqui, no Brasil, devido à necessidade de defesa destes negros!
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez, durante as invasões holandesas de 1624, quando os escravos e índios, (as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas. Os negros criaram os Quilombos, entre os quais o mais famoso Palmares, cujo líder foi Zumbi, guerreiro e estrategista invencível diz a lenda, diz ter sido capoeira. Após esta época, houve um período obscuro e no renascimento do século XIX, transformou-se em um fenômeno social, que tomou conta de centros urbanos como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
As maltas de capoeiristas inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro, e se tornavam um problema para os vice-reis.
Espalhavam-se pela cidade, acabando com festas, colocando a polícia para correr, tirando a teima dos valentões... defendiam sua precária liberdade, ora empregando apenas agilidade muscular, ora valendo-se de cacetes de facas. Foi então que apareceu o major Vidigal, chefe da polícia do Rio de Janeiro, nos começos do século XX: um diabo de homem que parecia estar em toda a parte com seus granadeiros armados de longos chicotes, protegidos pela distância na qual mantinham os capoeiristas e os podiam ofender a salvo.
A literatura de Machado de Assis e a arte de Debret, registravam a presença da capoeira nos costumes da época. Os capoeiristas viviam em "maltas", verdadeiros bandos que recebiam apelidos como "guaiamus" ou "nagôs". As "maltas", tiveram participação ativa em fatos históricos como: a revolta dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para a guerra do Paraguai se rebelaram e foram rechaçados pelos capoeiristas), nas escaramuças entre monarquistas e republicanos e até na Proclamação da República. As maltas da Bahia foram desorganizadas por ocasião da guerra do Paraguai: o governo da província, recrutou a força dos capoeiras, que fez seguir para o sul como "voluntários da pátria".
Manuel Querino, conta que muitos deles se distinguiram por atos de bravura no campo de batalha. Quando brigavam entre si, o grito de guerra assustava os estanhos ao ramo: "fêcha, fêcha!" significava o início de briga e ai de quem estivesse por perto.
Consta que a guarda pessoal de José do Patrocínio e do próprio imperador de D. Pedro I, era formada por capoeiristas. Esse prestígio começou a cair com as leis abolicionistas: sem aptidão de qualquer espécie, uma massa humana disputava mercados de trabalho inexistentes. O jogo corporificou-se como instituição perniciosa e sua extinção passou a ser a palavra de ordem. As maltas converteram-se em grupos poderosos de proteção a negócios escusos e à audácia culminou com Decreto-lei 487, decretado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1890: a partir do dia 11 de outubro, todo o capoeirista pego em flagrante seria desterrado para a Ilha Fernando de Noronha por um período de seis meses.
Ainda assim, a capoeira mostrou sua força: ao ser detido um de seus mais temíveis praticantes, o nobre português José Elísio dos Reis ( Juca Reis ), preso por Sampaio Ferraz. O governo republicano sofreu sua primeira crise ministerial. Juca Reis era nada menos do que irmão do Conde de Matosinhos, dono do jornal "O País", o mais ferrenho defensor da causa republicana. Nas páginas do jornal, Quintino Bocaiúva defendeu com unhas e dentes a liberdade de Juca e o governo do Marechal foi obrigado a voltar atrás: ele acabou retornando para Portugal.
O mais famoso dos capoeiristas nacionais era natural de Santo Amaro, na zona canavieira da Bahia, e tinha os apelidos de Besouro Venenoso e Mangangá. Era invencível e inigualável. Ainda hoje as chulas da capoeira cantam suas proezas lendárias. A hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do Passo do frevo, legado da capoeira.
A Ressureição
O decreto-lei 487, acabou temporariamente com a capoeira. Muitos de seus adeptos permaneceram exilados em São Paulo, no interior, participando de trabalhos forçados.
Mestre Bimba, é considerado o pai da capoeira moderna, não só por ter atuado decisivamente na libertação, mas também por ter sido o primeiro a dar-lhe uma didática e ensinar em recinto fechado. Mestre Bimba criou o estilo "Regional". O estilo "Angola" teve em Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, seu mais digno representante.
Hoje, a capoeira não é mais privilégio da Bahia ou do Rio de Janeiro, tendo se espalhado por todo o Brasil com grande aceitação. Tornou-se um esporte competitivo, segundo a resolução do conselho Nacional de Desportos, em 1972. No exterior já se praticava em mais de 60 países.
A música faz-se notar com grande influência na capoeira. Poucas são as lutas ou muito raras aquelas que tem suas evoluções marciais interligadas aos sons de instrumentos.
A capoeira tem em seu conceito de arte marcial, afinidades que chegam quase a ser uma necessidade musical.
Sons de percussão dando um ritmo ao corpo, que com as vibrações sonoras anima-se ao ponto tal estudiosos já aceitam que o som usado na capoeira, provoca reações conscientes e inconscientes de força no capoeira.
O capoeira entrega seu corpo e mente àquele som, com grande interpretação psicológica e expressão corporal. Juntos, os dois conseguem na capoeira, um resultado fascinante, onde a musicalidade é parte fundamental no conjunto da luta.A música traz a uma roda de capoeira, muita força psicológica, uma união de todos aqueles que dela participam. Dessa união a força de pensamento interna de cada um traz uma emoção forte e vibrante aquela roda. Em contra partida, uma mesma roda de capoeira sem música ou outro som, não desperta a mesma motivação, deixando seus participantes menos excitados e até mesmo desconcentrados.
As letras das músicas, em sua maioria simples, falando dos escravos, das senzalas, da liberdade oprimida... mas se interpretadas com o sentimento que transmitem, muitas delas trazem alguma ou muita emoção a quem canta, e a quem ouve.
"Praticar capoeira, é uma das formas mais simples de expressar o desejo de ser livre nos movimentos, e de ser brasileiro de fato"
"Mestre Burguês"
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