A bateria do grupo Muzenza, é composta por 3 berimbaus (berra-boi, médio e viola), dois pandeiros de couro e um atabaque de couro. Os berimbaus sem pintura, de madeira Biriba ou similar, medindo 8 palmos, as baquetas devem ser de madeira, lixadas e medir aproximadamente 40cm de comprimento.
As cabaças devem ser preparadas, lixadas e envernizadas, a corda do berimbau deve ser tirada do pneu do carro, sem queimar o pneu. Os dobrões devem ser de bronze ou similar.
Os pandeiros são de madeira e de couro com dez polegadas.
O atabaque deve ser de madeira, encourado com couro de cabrito ou boi, de cunha de madeira para ser afinado, e com pé de madeira.
Os instrumentos devem ser guardados em capas de couro ou similar.
"O Sábio que não pensa torna-se tolo,
e o tolo que pensa torna-se Sábio!
O Homem perfeito não deixa rastro de sua
conduta! Um grande homem é aquele
que não perde seu coração de criança!"
terça-feira, 13 de abril de 2010
GRADUAÇÃO DO GRUPO MUZENZA
Graduação Adulto

Cinza
Cinza - Amarelo
Amarelo
Amarelo - Laranja
Laranja
Laranja - Verde
Verde
Verde -Vermelho
Verde - Azul
Vermelho - Azul (Monitor)
Azul (Instrutor)
Vermelho - Roxo (Prof. 1º grau)
Vermelho - Marrom ( Prof. 2º grau)
Vermelho - Preto (Prof. 3 º grau)
Roxo (Contra-Mestre 1º grau)
Roxo - Marrom (Contra-Mestre 2º grau)
Marrom (Contra - Mestre 3º grau)
Vermelho (Mestre 1º grau)
Preto (Mestre 2º grau)
Vinho (Mestre 3º grau)
Branco - Vinho (Mestre 4 º grau)
Branco (Mestre mor)
Graduação Infantil - até 15 anos

Crua
Crua-Cinza
Crua-Amarela
Crua-Laranja
Crua-Verde
Crua-Vermelho
Crua-Azul
Cinza-Laranja
Cinza-Verde
Cinza-Vermelho
Cinza-Azul
Amarelo-Verde
Amarelo-Vermelho
Amarelo-Azul
Laranja-Vermelho
Laranja-Azul
Verde-Azul
Significado das cores
Cinza - Vem das cinzas e das cinzas retornará.
Amarelo - Onde está buscando a riqueza do conhecimento.
Laranja - Representa o futuro que está nascendo, dentro da capoeira.
Verde - Do limo das pedras, onde está fixando com a
Capoeira, começa a ficar liso.
Azul - Onde atingiu um grau de conhecimento, é a busca da temperança e do equilíbrio.
Roxo - Primeiro estágio em busca da energia positiva de ser mestre.
Marron - Onde começa e atinge o amadurecimento de ser mestre. Fica concreto como madeira de lei.
Vermelho - Simboliza a vida.
Preto - Simboliza a raça negra
Vinho - O símbolo do envelhecimento. Quanto mais velho melhor.
Branco - Representa a pureza.
"A planta que dá melhores frutos, são as que leva mais pedrada."

Cinza
Cinza - Amarelo
Amarelo
Amarelo - Laranja
Laranja
Laranja - Verde
Verde
Verde -Vermelho
Verde - Azul
Vermelho - Azul (Monitor)
Azul (Instrutor)
Vermelho - Roxo (Prof. 1º grau)
Vermelho - Marrom ( Prof. 2º grau)
Vermelho - Preto (Prof. 3 º grau)
Roxo (Contra-Mestre 1º grau)
Roxo - Marrom (Contra-Mestre 2º grau)
Marrom (Contra - Mestre 3º grau)
Vermelho (Mestre 1º grau)
Preto (Mestre 2º grau)
Vinho (Mestre 3º grau)
Branco - Vinho (Mestre 4 º grau)
Branco (Mestre mor)
Graduação Infantil - até 15 anos

Crua
Crua-Cinza
Crua-Amarela
Crua-Laranja
Crua-Verde
Crua-Vermelho
Crua-Azul
Cinza-Laranja
Cinza-Verde
Cinza-Vermelho
Cinza-Azul
Amarelo-Verde
Amarelo-Vermelho
Amarelo-Azul
Laranja-Vermelho
Laranja-Azul
Verde-Azul
Significado das cores
Cinza - Vem das cinzas e das cinzas retornará.
Amarelo - Onde está buscando a riqueza do conhecimento.
Laranja - Representa o futuro que está nascendo, dentro da capoeira.
Verde - Do limo das pedras, onde está fixando com a
Capoeira, começa a ficar liso.
Azul - Onde atingiu um grau de conhecimento, é a busca da temperança e do equilíbrio.
Roxo - Primeiro estágio em busca da energia positiva de ser mestre.
Marron - Onde começa e atinge o amadurecimento de ser mestre. Fica concreto como madeira de lei.
Vermelho - Simboliza a vida.
Preto - Simboliza a raça negra
Vinho - O símbolo do envelhecimento. Quanto mais velho melhor.
Branco - Representa a pureza.
"A planta que dá melhores frutos, são as que leva mais pedrada."
FORMAÇÃO DO CAPOEIRA MUZENZA
Formação do Capoeirista no Grupo Muzenza
- Humildade
- Serenidade
- Segurança
- Confiança
- Auto-estima
- Equilíbrio Emocional
- Respeito para com todo e qualquer semelhante
- Personalidade formada e indesviável
- Como bom esportista, deverá selecionar companhias, assim como ambientes a frequentar; fugindo sempre das esquinas, de vícios e evitando toda e qualquer ação que venha depor contra a boa formação social e boa conduta.
- Jogos de azar, elemento de deformação das finalidades esportivas
- O capoeirista não se difere do homem comum em todos os campos da vida
- A briga não deve constar no diário de um bom capoeira
- A você, discípulo da Muzenza, confio o nome e a honra de nossa entidade e da capoeira.
O Homem não morre
Quando deixa de existir
O Homem só morre
Quando deixa de sonhar
- Humildade
- Serenidade
- Segurança
- Confiança
- Auto-estima
- Equilíbrio Emocional
- Respeito para com todo e qualquer semelhante
- Personalidade formada e indesviável
- Como bom esportista, deverá selecionar companhias, assim como ambientes a frequentar; fugindo sempre das esquinas, de vícios e evitando toda e qualquer ação que venha depor contra a boa formação social e boa conduta.
- Jogos de azar, elemento de deformação das finalidades esportivas
- O capoeirista não se difere do homem comum em todos os campos da vida
- A briga não deve constar no diário de um bom capoeira
- A você, discípulo da Muzenza, confio o nome e a honra de nossa entidade e da capoeira.
O Homem não morre
Quando deixa de existir
O Homem só morre
Quando deixa de sonhar
PROPOSTA DE TRABALHO MUZENZA
Proposta de Trabalho do Grupo Muzenza de Capoeira
A proposta do Grupo Muzenza, é desenvolver um trabalho de capoeira, essencialmente como arte - luta, mas dando condições aos praticantes de se identificarem com os outros vários seguimentos que existem na capoeira.
Dessa forma, o Grupo Muzenza apresenta uma proposta pedagógica que engloba a capoeira como: luta, arte, ritmo, poesia, cultura, desporto, profissão e filosofia de vida. Permitindo que cada aluno se identifique com uma dessas vertentes.
Todavia, a principal proposta do grupo Muzenza é a capoeira como luta, o desenvolvimento de uma metodologia e filosofia própria, nunca esquecendo de buscar as raízes da capoeira através de muita pesquisa, procurando preservar, a Capoeira Angola e Regional, bem como o respeito e valorização ao verdadeiro Mestre.
"Lembre-se: não é senhor de si mesmo o homem que contrai o vício e dele torna-se escravo".
"Mestre Burguês"
A proposta do Grupo Muzenza, é desenvolver um trabalho de capoeira, essencialmente como arte - luta, mas dando condições aos praticantes de se identificarem com os outros vários seguimentos que existem na capoeira.
Dessa forma, o Grupo Muzenza apresenta uma proposta pedagógica que engloba a capoeira como: luta, arte, ritmo, poesia, cultura, desporto, profissão e filosofia de vida. Permitindo que cada aluno se identifique com uma dessas vertentes.
Todavia, a principal proposta do grupo Muzenza é a capoeira como luta, o desenvolvimento de uma metodologia e filosofia própria, nunca esquecendo de buscar as raízes da capoeira através de muita pesquisa, procurando preservar, a Capoeira Angola e Regional, bem como o respeito e valorização ao verdadeiro Mestre.
"Lembre-se: não é senhor de si mesmo o homem que contrai o vício e dele torna-se escravo".
"Mestre Burguês"
FILOSOFIA DO GRUPO MUZENZA
Filosofia do Grupo Muzenza de Capoeira
O Grupo Muzenza tem como Objetivo direto, difundir a capoeira como filosofia de seu trabalho, seja buscando o desenvolvimento do nível técnico, teórico e didático-pedagógico da capoeira como arte, luta, cultura, profissão e filosofia de vida; procurando resgatar a valorização dos verdadeiros Mestres velhos, como representantes autênticos da manifestação cultural genuinamente brasileira.
Procurando ainda contribuir para a formação de novos profissionais da capoeira, baseado no respeito, disciplina, socialização, e na liberdade de poder se expressar como cidadão na sociedade.
Procurando o engrandecimento do caráter, dignidade e valorização pessoal. O Grupo Muzenza procura transmitir aos seus seguidores a capoeira como arte-luta e manifestação de um povo que se expressa através da liberdade e tradições.
"Durante a volta ao mundo, vai encontrar de tudo quando se encontra nessa vida, do bom e do ruim. O sucesso da volta vai depender de suas qualidades capoeirísticas, particularmente, personalidade, disposição, e muita malícia."
"Mestre Burguês"
O Grupo Muzenza tem como Objetivo direto, difundir a capoeira como filosofia de seu trabalho, seja buscando o desenvolvimento do nível técnico, teórico e didático-pedagógico da capoeira como arte, luta, cultura, profissão e filosofia de vida; procurando resgatar a valorização dos verdadeiros Mestres velhos, como representantes autênticos da manifestação cultural genuinamente brasileira.
Procurando ainda contribuir para a formação de novos profissionais da capoeira, baseado no respeito, disciplina, socialização, e na liberdade de poder se expressar como cidadão na sociedade.
Procurando o engrandecimento do caráter, dignidade e valorização pessoal. O Grupo Muzenza procura transmitir aos seus seguidores a capoeira como arte-luta e manifestação de um povo que se expressa através da liberdade e tradições.
"Durante a volta ao mundo, vai encontrar de tudo quando se encontra nessa vida, do bom e do ruim. O sucesso da volta vai depender de suas qualidades capoeirísticas, particularmente, personalidade, disposição, e muita malícia."
"Mestre Burguês"
HISTÓRIA DA MUZENZA
O Grupo Muzenza de Capoeira, foi fundado em 5 de maio de 1972, na cidade do Rio de Janeiro, tendo como seu fundador, Paulo Sérgio da Silva (Mestre Paulão), oriundo do grupo Capoarte de Obaluaê, do Mestre Mintirinha (Luís Américo da Silva).
Em outubro de 1975, chega a Curitiba - Paraná - Mestre Burguês (Antônio Carlos de Menezes), que depois de lecionar nos bairros do Méier e Madureira, no Rio de Janeiro, decide fundar mais um núcleo do Grupo Muzenza no Sul do Brasil, implantando e desenvolvendo uma metodologia e uma filosofia própria, voltada para as raízes da capoeira, tendo introduzido essa modalidade em clubes, quartéis, escolas, academias, comunidades carentes e comunidades negras.
Mais de 15.000 alunos, já passaram pelo Grupo Muzenza de Curitiba, e hoje o Grupo se faz presente em 26 estados brasileiros, e 35 países, buscando sempre os fundamentos e as raízes da capoeira através de muita pesquisa.
Desde 1975, o Grupo passou a ser presidido pelo Mestre Burguês.
Grupo Muzenza - Capoeira
"Capoeira é capoeira" para que você possa entender melhor essa definição deve vivê-la."
"Mestre Burguês"
Em outubro de 1975, chega a Curitiba - Paraná - Mestre Burguês (Antônio Carlos de Menezes), que depois de lecionar nos bairros do Méier e Madureira, no Rio de Janeiro, decide fundar mais um núcleo do Grupo Muzenza no Sul do Brasil, implantando e desenvolvendo uma metodologia e uma filosofia própria, voltada para as raízes da capoeira, tendo introduzido essa modalidade em clubes, quartéis, escolas, academias, comunidades carentes e comunidades negras.
Mais de 15.000 alunos, já passaram pelo Grupo Muzenza de Curitiba, e hoje o Grupo se faz presente em 26 estados brasileiros, e 35 países, buscando sempre os fundamentos e as raízes da capoeira através de muita pesquisa.
Desde 1975, o Grupo passou a ser presidido pelo Mestre Burguês.
Grupo Muzenza - Capoeira
"Capoeira é capoeira" para que você possa entender melhor essa definição deve vivê-la."
"Mestre Burguês"
HISTÓRIA DA CAPOEIRA
Dá-se o nome de Capoeira, a um jogo de destreza que tem as suas origens "remotas" em Angola. Era antes uma forma de luta muito valiosa na defesa da liberdade de fato ou de direito do negro liberto, mas tanto a repressão policial quanto as novas condições sociais fizeram com que, à cerca de cem anos, se tornasse finalmente um jogo, uma vadiação entre amigos. Com esse caráter inocente, a capoeira permanece em todos os estados do Brasil.
Tratava-se de um combate singular em que os "moleques de Sinhá", apenas demonstravam sua capacidade de ataque e defesa sem, contudo, atingir efectivamente os oponentes. Foi durante a escravidão que o jogo de Angola começou a crescer e chegou à maioridade no Brasil.
A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a seguinte questão: " A capoeira é uma invenção africana ou brasileira? " Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade ? Ou invenção do indígena? As opiniões tendem para o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos: no livro "A Arte da Gramática de língua mais usada na Costa do Brasil" do Padre José de Anchieta, editado em 1595, há uma citação de que "os índios Tupi-Guarani, divertiam-se jogando capoeira". Guilherme de Almeida no livro "Música no Brasil", sustenta serem indígenas as raízes da capoeira. O navegador Português Martim Afonso de Sousa, observou tribos jogando capoeira. Como se não bastasse, a palavra "capoeria" ( CAÁPUÉRA ) é um vocábulo Tupi-guarani, que significa "mato ralo" ou "mato que foi cortado".
Num trabalho que foi publicado pela XEROX do Brasil, o professor austríaco Gerhard Kubik, antropólogo e membro da associação mundial de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranhar " que o brasileiro chame capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante".
Também o estudioso Waldeloir Rego, que escreveu o que foi considerado o melhor trabalho sobre este jogo, defende a tese de que a capoeira foi inventada no Brasil. Brasil Gerson, historiador das ruas do Rio de Janeiro, acha que o jogo nasceu no mercado, quando os escravos chegavam com cesto (capoeira) de aves na cabeça e até serem atendidos, ficavam brincando de lutar, surgindo daí a verdadeira capoeira. Antenor Nascente, diz que a luta da capoeira está ligada à ave Uru (odontophorus capueira-spix), cujo macho é muito ciumento e trava lutas violentas com o rival que ousa entrar em seus domínios (os movimentos da luta se assemelham aos da capoeira). Por fim, Câmara Cascudo, afirma "ter sido trazida pelos banto-congo-angoleses que praticavam danças litúrgicas ao som de instrumentos de percussão" transformando-se em lutas aqui, no Brasil, devido à necessidade de defesa destes negros!
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez, durante as invasões holandesas de 1624, quando os escravos e índios, (as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas. Os negros criaram os Quilombos, entre os quais o mais famoso Palmares, cujo líder foi Zumbi, guerreiro e estrategista invencível diz a lenda, diz ter sido capoeira. Após esta época, houve um período obscuro e no renascimento do século XIX, transformou-se em um fenômeno social, que tomou conta de centros urbanos como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
As maltas de capoeiristas inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro, e se tornavam um problema para os vice-reis.
Espalhavam-se pela cidade, acabando com festas, colocando a polícia para correr, tirando a teima dos valentões... defendiam sua precária liberdade, ora empregando apenas agilidade muscular, ora valendo-se de cacetes de facas. Foi então que apareceu o major Vidigal, chefe da polícia do Rio de Janeiro, nos começos do século XX: um diabo de homem que parecia estar em toda a parte com seus granadeiros armados de longos chicotes, protegidos pela distância na qual mantinham os capoeiristas e os podiam ofender a salvo.
A literatura de Machado de Assis e a arte de Debret, registravam a presença da capoeira nos costumes da época. Os capoeiristas viviam em "maltas", verdadeiros bandos que recebiam apelidos como "guaiamus" ou "nagôs". As "maltas", tiveram participação ativa em fatos históricos como: a revolta dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para a guerra do Paraguai se rebelaram e foram rechaçados pelos capoeiristas), nas escaramuças entre monarquistas e republicanos e até na Proclamação da República. As maltas da Bahia foram desorganizadas por ocasião da guerra do Paraguai: o governo da província, recrutou a força dos capoeiras, que fez seguir para o sul como "voluntários da pátria".
Manuel Querino, conta que muitos deles se distinguiram por atos de bravura no campo de batalha. Quando brigavam entre si, o grito de guerra assustava os estanhos ao ramo: "fêcha, fêcha!" significava o início de briga e ai de quem estivesse por perto.
Consta que a guarda pessoal de José do Patrocínio e do próprio imperador de D. Pedro I, era formada por capoeiristas. Esse prestígio começou a cair com as leis abolicionistas: sem aptidão de qualquer espécie, uma massa humana disputava mercados de trabalho inexistentes. O jogo corporificou-se como instituição perniciosa e sua extinção passou a ser a palavra de ordem. As maltas converteram-se em grupos poderosos de proteção a negócios escusos e à audácia culminou com Decreto-lei 487, decretado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1890: a partir do dia 11 de outubro, todo o capoeirista pego em flagrante seria desterrado para a Ilha Fernando de Noronha por um período de seis meses.
Ainda assim, a capoeira mostrou sua força: ao ser detido um de seus mais temíveis praticantes, o nobre português José Elísio dos Reis ( Juca Reis ), preso por Sampaio Ferraz. O governo republicano sofreu sua primeira crise ministerial. Juca Reis era nada menos do que irmão do Conde de Matosinhos, dono do jornal "O País", o mais ferrenho defensor da causa republicana. Nas páginas do jornal, Quintino Bocaiúva defendeu com unhas e dentes a liberdade de Juca e o governo do Marechal foi obrigado a voltar atrás: ele acabou retornando para Portugal.
O mais famoso dos capoeiristas nacionais era natural de Santo Amaro, na zona canavieira da Bahia, e tinha os apelidos de Besouro Venenoso e Mangangá. Era invencível e inigualável. Ainda hoje as chulas da capoeira cantam suas proezas lendárias. A hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do Passo do frevo, legado da capoeira.
A Ressureição
O decreto-lei 487, acabou temporariamente com a capoeira. Muitos de seus adeptos permaneceram exilados em São Paulo, no interior, participando de trabalhos forçados.
Mestre Bimba, é considerado o pai da capoeira moderna, não só por ter atuado decisivamente na libertação, mas também por ter sido o primeiro a dar-lhe uma didática e ensinar em recinto fechado. Mestre Bimba criou o estilo "Regional". O estilo "Angola" teve em Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, seu mais digno representante.
Hoje, a capoeira não é mais privilégio da Bahia ou do Rio de Janeiro, tendo se espalhado por todo o Brasil com grande aceitação. Tornou-se um esporte competitivo, segundo a resolução do conselho Nacional de Desportos, em 1972. No exterior já se praticava em mais de 60 países.
A música faz-se notar com grande influência na capoeira. Poucas são as lutas ou muito raras aquelas que tem suas evoluções marciais interligadas aos sons de instrumentos.
A capoeira tem em seu conceito de arte marcial, afinidades que chegam quase a ser uma necessidade musical.
Sons de percussão dando um ritmo ao corpo, que com as vibrações sonoras anima-se ao ponto tal estudiosos já aceitam que o som usado na capoeira, provoca reações conscientes e inconscientes de força no capoeira.
O capoeira entrega seu corpo e mente àquele som, com grande interpretação psicológica e expressão corporal. Juntos, os dois conseguem na capoeira, um resultado fascinante, onde a musicalidade é parte fundamental no conjunto da luta.A música traz a uma roda de capoeira, muita força psicológica, uma união de todos aqueles que dela participam. Dessa união a força de pensamento interna de cada um traz uma emoção forte e vibrante aquela roda. Em contra partida, uma mesma roda de capoeira sem música ou outro som, não desperta a mesma motivação, deixando seus participantes menos excitados e até mesmo desconcentrados.
As letras das músicas, em sua maioria simples, falando dos escravos, das senzalas, da liberdade oprimida... mas se interpretadas com o sentimento que transmitem, muitas delas trazem alguma ou muita emoção a quem canta, e a quem ouve.
"Praticar capoeira, é uma das formas mais simples de expressar o desejo de ser livre nos movimentos, e de ser brasileiro de fato"
"Mestre Burguês"
Tratava-se de um combate singular em que os "moleques de Sinhá", apenas demonstravam sua capacidade de ataque e defesa sem, contudo, atingir efectivamente os oponentes. Foi durante a escravidão que o jogo de Angola começou a crescer e chegou à maioridade no Brasil.
A discussão é interminável: pesquisadores, folcloristas, historiadores e africanistas ainda buscam respostas para a seguinte questão: " A capoeira é uma invenção africana ou brasileira? " Teria sido uma criação do escravo com fome de liberdade ? Ou invenção do indígena? As opiniões tendem para o lado brasileiro, e aqui vão alguns exemplos: no livro "A Arte da Gramática de língua mais usada na Costa do Brasil" do Padre José de Anchieta, editado em 1595, há uma citação de que "os índios Tupi-Guarani, divertiam-se jogando capoeira". Guilherme de Almeida no livro "Música no Brasil", sustenta serem indígenas as raízes da capoeira. O navegador Português Martim Afonso de Sousa, observou tribos jogando capoeira. Como se não bastasse, a palavra "capoeria" ( CAÁPUÉRA ) é um vocábulo Tupi-guarani, que significa "mato ralo" ou "mato que foi cortado".
Num trabalho que foi publicado pela XEROX do Brasil, o professor austríaco Gerhard Kubik, antropólogo e membro da associação mundial de folclore e profundo conhecedor de assuntos africanos, diz estranhar " que o brasileiro chame capoeira de Angola, quando ali não existe nada semelhante".
Também o estudioso Waldeloir Rego, que escreveu o que foi considerado o melhor trabalho sobre este jogo, defende a tese de que a capoeira foi inventada no Brasil. Brasil Gerson, historiador das ruas do Rio de Janeiro, acha que o jogo nasceu no mercado, quando os escravos chegavam com cesto (capoeira) de aves na cabeça e até serem atendidos, ficavam brincando de lutar, surgindo daí a verdadeira capoeira. Antenor Nascente, diz que a luta da capoeira está ligada à ave Uru (odontophorus capueira-spix), cujo macho é muito ciumento e trava lutas violentas com o rival que ousa entrar em seus domínios (os movimentos da luta se assemelham aos da capoeira). Por fim, Câmara Cascudo, afirma "ter sido trazida pelos banto-congo-angoleses que praticavam danças litúrgicas ao som de instrumentos de percussão" transformando-se em lutas aqui, no Brasil, devido à necessidade de defesa destes negros!
Ouviu-se falar de capoeira pela primeira vez, durante as invasões holandesas de 1624, quando os escravos e índios, (as duas primeiras vítimas da colonização), aproveitando-se da confusão gerada, fugiram para as matas. Os negros criaram os Quilombos, entre os quais o mais famoso Palmares, cujo líder foi Zumbi, guerreiro e estrategista invencível diz a lenda, diz ter sido capoeira. Após esta época, houve um período obscuro e no renascimento do século XIX, transformou-se em um fenômeno social, que tomou conta de centros urbanos como o Rio de Janeiro, Salvador e Recife.
As maltas de capoeiristas inquietavam os cidadãos pacatos do Rio de Janeiro, e se tornavam um problema para os vice-reis.
Espalhavam-se pela cidade, acabando com festas, colocando a polícia para correr, tirando a teima dos valentões... defendiam sua precária liberdade, ora empregando apenas agilidade muscular, ora valendo-se de cacetes de facas. Foi então que apareceu o major Vidigal, chefe da polícia do Rio de Janeiro, nos começos do século XX: um diabo de homem que parecia estar em toda a parte com seus granadeiros armados de longos chicotes, protegidos pela distância na qual mantinham os capoeiristas e os podiam ofender a salvo.
A literatura de Machado de Assis e a arte de Debret, registravam a presença da capoeira nos costumes da época. Os capoeiristas viviam em "maltas", verdadeiros bandos que recebiam apelidos como "guaiamus" ou "nagôs". As "maltas", tiveram participação ativa em fatos históricos como: a revolta dos mercenários (soldados estrangeiros contratados para a guerra do Paraguai se rebelaram e foram rechaçados pelos capoeiristas), nas escaramuças entre monarquistas e republicanos e até na Proclamação da República. As maltas da Bahia foram desorganizadas por ocasião da guerra do Paraguai: o governo da província, recrutou a força dos capoeiras, que fez seguir para o sul como "voluntários da pátria".
Manuel Querino, conta que muitos deles se distinguiram por atos de bravura no campo de batalha. Quando brigavam entre si, o grito de guerra assustava os estanhos ao ramo: "fêcha, fêcha!" significava o início de briga e ai de quem estivesse por perto.
Consta que a guarda pessoal de José do Patrocínio e do próprio imperador de D. Pedro I, era formada por capoeiristas. Esse prestígio começou a cair com as leis abolicionistas: sem aptidão de qualquer espécie, uma massa humana disputava mercados de trabalho inexistentes. O jogo corporificou-se como instituição perniciosa e sua extinção passou a ser a palavra de ordem. As maltas converteram-se em grupos poderosos de proteção a negócios escusos e à audácia culminou com Decreto-lei 487, decretado pelo Marechal Deodoro da Fonseca, em 1890: a partir do dia 11 de outubro, todo o capoeirista pego em flagrante seria desterrado para a Ilha Fernando de Noronha por um período de seis meses.
Ainda assim, a capoeira mostrou sua força: ao ser detido um de seus mais temíveis praticantes, o nobre português José Elísio dos Reis ( Juca Reis ), preso por Sampaio Ferraz. O governo republicano sofreu sua primeira crise ministerial. Juca Reis era nada menos do que irmão do Conde de Matosinhos, dono do jornal "O País", o mais ferrenho defensor da causa republicana. Nas páginas do jornal, Quintino Bocaiúva defendeu com unhas e dentes a liberdade de Juca e o governo do Marechal foi obrigado a voltar atrás: ele acabou retornando para Portugal.
O mais famoso dos capoeiristas nacionais era natural de Santo Amaro, na zona canavieira da Bahia, e tinha os apelidos de Besouro Venenoso e Mangangá. Era invencível e inigualável. Ainda hoje as chulas da capoeira cantam suas proezas lendárias. A hora final chegou para as maltas do Recife mais ou menos em 1912, coincidindo com o nascimento do Passo do frevo, legado da capoeira.
A Ressureição
O decreto-lei 487, acabou temporariamente com a capoeira. Muitos de seus adeptos permaneceram exilados em São Paulo, no interior, participando de trabalhos forçados.
Mestre Bimba, é considerado o pai da capoeira moderna, não só por ter atuado decisivamente na libertação, mas também por ter sido o primeiro a dar-lhe uma didática e ensinar em recinto fechado. Mestre Bimba criou o estilo "Regional". O estilo "Angola" teve em Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, seu mais digno representante.
Hoje, a capoeira não é mais privilégio da Bahia ou do Rio de Janeiro, tendo se espalhado por todo o Brasil com grande aceitação. Tornou-se um esporte competitivo, segundo a resolução do conselho Nacional de Desportos, em 1972. No exterior já se praticava em mais de 60 países.
A música faz-se notar com grande influência na capoeira. Poucas são as lutas ou muito raras aquelas que tem suas evoluções marciais interligadas aos sons de instrumentos.
A capoeira tem em seu conceito de arte marcial, afinidades que chegam quase a ser uma necessidade musical.
Sons de percussão dando um ritmo ao corpo, que com as vibrações sonoras anima-se ao ponto tal estudiosos já aceitam que o som usado na capoeira, provoca reações conscientes e inconscientes de força no capoeira.
O capoeira entrega seu corpo e mente àquele som, com grande interpretação psicológica e expressão corporal. Juntos, os dois conseguem na capoeira, um resultado fascinante, onde a musicalidade é parte fundamental no conjunto da luta.A música traz a uma roda de capoeira, muita força psicológica, uma união de todos aqueles que dela participam. Dessa união a força de pensamento interna de cada um traz uma emoção forte e vibrante aquela roda. Em contra partida, uma mesma roda de capoeira sem música ou outro som, não desperta a mesma motivação, deixando seus participantes menos excitados e até mesmo desconcentrados.
As letras das músicas, em sua maioria simples, falando dos escravos, das senzalas, da liberdade oprimida... mas se interpretadas com o sentimento que transmitem, muitas delas trazem alguma ou muita emoção a quem canta, e a quem ouve.
"Praticar capoeira, é uma das formas mais simples de expressar o desejo de ser livre nos movimentos, e de ser brasileiro de fato"
"Mestre Burguês"
GRANDES NOMES DA CAPOEIRA
MESTRE PASTINHA - BA (1889/1981)

"A Capoeira é tudo que a boca come e tudo que o corpo dá"
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, filho de pai espanhol e mãe baiana, é um dos mais importantes "Velhos Mestres da Capoeira". Foi um dos fundadores do Centro Esportivo de Capoeira Angola e teve como Mestre o negro e ex-escravo Benedito. Artista, poeta, escritor, filósofo e, acima de tudo em Capoeira, Mestre Pastinha conta em sua obra com o livro "Capoeira Angola", publicado em 1964 e com disco fonográfico "Capoeira Angola -Mestre Pastinha e sua Academia" (Philips. 1969). Conquistou a admiração de renomados artistas e intelectuais como Jorge Amado, Carybé, Mário Cravo, dentre outros que tiveram o privilégio de conviver com o Mestre. Participou, representando o Brasil, do I Festival Internacional de Arte Negra de Dakar ."Seu Pastinha", ainda hoje, é considerado como o grande divulgador do "Tao da Capoeira"
MESTRE BIMBA - BA (1900-1974)

"A aranha vive do que tece"
Manoel dos Reis Machado, baiano de nascimento, filho de Luís Cândido Machado e de Maria Martinha do Bonfim, iniciou-se na Capoeira em 1912 com Bentinho, um Capitão da Cia de Navegação Baiana. Lutador por excelência, Mestre Bimba na década de 30, cria a "Capoeira Regional" como uma forma de "resgatar" a característica de luta da Capoeira. Em 1932, funda a primeira academia de Capoeira do mundo, existente até hoje no Centro Histórico de Salvador. No decorrer de sua mestria, teve como alunos pessoas influentes e de destaque da sociedade baiana como o Dr. Antônio Carlos Magalhães, o Dr. Lomanto Júnior e o Dr. Decânio entre outros. Mestre Bimba é considerado por muitos, como o "Pai da Capoeira Moderna" - já que criou um método próprio de ensino - e também como um dos grandes responsáveis pela aceitação. da Capoeira como uma modalidade de Esporte, interrompendo o processo de repressão policial e amenizando a discriminação social sofrida até então.
MESTRE NORONHA - BA (1909/1977)

"O capoeira deve ser muito educado ao ser apresentado nos altos meios sociais. Se valente, deixar de lado esta vida que já se passou. Devemos adquirir lastro de amizade. É o que devemos fazer".
Daniel Coutinho, nasceu em Salvador (BA), na Baixa do Sapateiros e iniciou seu aprendizado na Capoeira com Cândido da Costa (Cândido Pequeno) aos 8 anos de idade. Foi engraxate, estivador, doqueiro, trapicheiro e ajudante de caminhão. Junto com Livino, Maré, Amorzinho, Aberrê, Percílio, Geraldo Chapeleiro, Juvenal Engraxate, Geraldo Pé de Abelha, Zehí, Feliciano Bigode de Seda, Bom Nome, Henrique Cara Queimada, Onça Preta, Cimento, Argemiro Grande, Argemiro Olho de Pombo, Antônio Galindeu, Antônio Boca de Porco, Cândido Pequeno (Argolinha de ouro), Lúcio Pequeno e Paquete do Cabula fundou o "Primeiro Centro de Capoeira Angola do Estado da Bahia", em Ladeira da Pedra, Gengibirra, na Liberdade. Com Livino fundou, também o "Centro de Capoeira Angola da Conceição da Praia". Deixou seus manuscritos organizados por Frede Abreu e publicados pelo Programa Nacional de Capoeira, intitulado "ABC da Capoeira Angola".
MESTRE COBRINHA VERDE - BA ( 1917 - 1983 )

"Dois angoleiros que entendem de luta não podem disputá-la, porque um quer vencer o outro e pode aplicar um golpe mortal"
Rafael Alves França, mandingueiro respeitadíssimo no seu percurso por este mundo de meu Deus. Nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA). Com 4 anos de idade iniciou-se na Capoeira pelas mãos de Besouro, seu primo carnal. Além de seu primeiro mestre, Cobrinha Verde também bebeu da sabedoria de Maitá, Licurí, Joité, Dendê, Gasolina, Siri de Mangue, Doze Homens, Espiridião, Juvêncio Grosso, Espinho Remoso, Neco, Canário Pardo e Tonha. Foi 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande, tendo participado também da Revolução de 32 entre outras pelejas. Durante muitos anos ensinou em seu Centro Esportivo de Capoeira Angola Dois de Julho, com sede no Alto de Santa Cruz, s/ n°, no Nordeste de Amaralina.
MESTRE WALDEMAR DE PERO VAZ - BA (1916 - 1990)

"Um esporte que eu estimo é essa luta Angola"
Waldemar Rodrigues da Paixão, cantador absoluto, Capoeira desde rapaz, esteve presente nessa Roda, sempre ensinando com seu canto, mostrando como é que faz. Teve como seus Mestres, nada menos do que Siri de Mangue, Tanabí e Canário Pardo. Frequentador assíduo das Festas de Largo, tinha o seu barracão, na Liberdade, onde ensinava e promovia as suas Rodas, muito conhecidas e apreciadas por todos e frequentadas por capoeiras e artistas como o notável Carybé. Ficou conhecido também pela qualidade e beleza dos berimbaus que fabricava. Temido e respeitado, por todos com quem jogava, teve vários admiradores e alunos, dentres eles Zacarias. Muitos e muitos capoeiristas e estudiosos, várias vezes recorrem ao Mestre que sempre atendeu a todos com a simpatia e cortesia de um Capoeira genuíno. Hoje Mestre Waldemar anda por outras Rodas, porém aqueles que passam pela Avenida Peixe, na Liberdade, ainda podem sentir a sua presença e ouvir o seu inconfundível canto, acompanhado com seu "berimbau voizero".
MESTRE BIGODINHO - BA (1922)

Francisco de Assis é conhecido na Roda de Capoeira Angola como Bigodinho, na Roda de Capoeira Regional como Gigante e pelos mais antigos como Pequenininho. Iniciou-se na Capoeira no Jardim Suspenso da Barra, com Mestre Cobrinha Verde e depois foi aluno de Mestre Pastinha. "Mudou de partido" quando foi para a academia de Mestre Bimba. Parceiro de Menino Gordo (muitas vezes confundido com ele por ser muito pareceido) começou a ensinar no Seminário Central, passando depois para a sua Academia "Capoeira São Gonçalo", com sede à Rua Rodrigues Ferreira, 226, na Federação. Frequentador assíduo das Rodas no Lar das Pombas (aos domingos) e na Barra, no Jardim Baiano, Mestre Bigodinho tem no rol de sua criação o toque de Berimbau chamado "Cinco Salomão", que como ele diz é para "jogo miudinho, em baixo, jogo miudinho no chão, só embaixo". Além de ter participado do filme "Os Cangaceiros" e ser um exímio contador de "causos", Mestre Gigante, como bom e apaixonado seresteiro, não rejeita um bom violão para cantar e relembrar aventuras do passado.
MESTRE CAlÇARA - BA (1923 - 1997)

"Roupa de homem não dá em menino"
Antônio Conceição Moraes, quem já não ouviu falar do famoso Mestre Caiçara da Bahia? Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também. Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre está presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também é o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco. Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagâ, Ketu, Gêge e Angola, suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.
MESTRE CANJIQUINHA - BA (1925- 1994)

"A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo"
Washington Bruno da Silva, nasceu em Salvador (BA), filho de @. Amália Maria da Conceição. Aprendeu Capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Aberrê. Iniciou-se na Capoeira em 1935, na Baixa do Tubo, no Matatu Pequeno. "No banheiro do finado Otaviano" (um banheiro público). Filho de lavadeira, Mestre Canjiquinha foi sapateiro, entregador de marmita, mecanógrafo. Dentre outras atividades foi também jogador de futebol (goleiro) do Ypiranga Esporte Clube, além de cantor de boleros nas noites soteropolitanas. Participou também dos filmes "O Pagador de Promessas", "Operação Tumulto", "Capitães de areia", "Barra Vento", "Senhor dos Navegantes" e "A moça Daquela Hora". Além de fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Fundou o Conjunto Folclórico Aberrê, tendo sido Mestre de Antônio Diabo, Paulo dos Anjos, Burro Inchado, Madame Geny, Vitor Careca, Robertão e Brasília, dentre outros nomes da Capoeira atual.
MESTRE TRAÍRA - BA

José Ramos Do Nascimento, Capoeira de fama na Bahia, marcou época e ganhou notabilidade ímpar na arte das Rasteiras e Cabeçadas. Nodisco fonográfico, produzido pela Editora Xauã, intitulado "Capoeira" - hoje uma das raridades mais preciosas para os estudiosos e adeptos desta Arte - tem presença marcante envolvendo a todos os ouvites. Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: "Traíra, um cabloco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrana Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade". Mestre Traíra também teve importante participação no filme "Vadiação", de Alexandre Robatto Filho, produzido em 1954, junto aos outros grandes capoeiristas baianos como Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim e outros."
MESTRE GEGÊ - RJ (1949)

Geraldo da Costa Filho, nascido em 09/04/1949 na cidade Maragogipe/BA. Conheceu seu primeiro mestre os 7 anos de idade, na praia de São Joaquim, hoje Feira de São Joaquim/BA. Iniciou os primeiros passos com o Mestre Sete que possuía este apelido, por ter batido em 7 policias.
Em 1956 ingressou no colégio interno onde estudou música, dentre outras atividades. Oriundo dos proprietários de navios negreiros. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro mas sempre viajava para sua terra natal, onde apartir de 1968 passou a frequentar o terreiro do Mestre Valdemar da Paixão e Traíra, no bairro de Pero Vaz em Salvador. No final da década de 1960, começou a frequentar as rodas de capoeira do Rio de Janeiro levado pelo seu irmão capoeirista, onde conheceu Touro da Penha, Mintirinha, Paulão, Corvo, Sillas, sendo todos na época alunos do Mestre Mintirinha.
Seu último Mestre foi José Pedro do grupo Gaiamus - Nagos. Formado em história e hoje pertence ao departamento de pesquisa de historiadores do Grupo Muzenza.
MESTRE JOÃO GRANDE - NY - USA (1933)

"A capoeira é como o mar, as ondas vão e vem!"
João Oliveira dos Santos, Mestre João Grande, nascido na cidade de Itagí (BA), iniciou-se na Capoeira pelos ensinamentos de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha). Já percorreu vários países da Europa, África e América do Norte - com o Grupo Folclórico "Viva Bahia", coordenado pela professora e folclorista Emília Biancardi - divulgando a sua arte e a obra de seu mestre. Foi condecorado, em 1990, com a Medalha do Mérito Desportivo, uma das mais altas condecorações na área do Esporte do Brasil. Mestre João Grande gravou, também em 1990, pelo Programa Nacional de Capoeira, o seu primeiro disco solo. Hoje, estabelecido em Nova lorque, é considerado um dos Mestres mais importantes da Capoeira Angola.
MESTRE JOÃO PEQUENO - ARACI - BA (1917)

"A capoeira é uma coisa que nasce no sangue da gente. Na natureza e no espírito".
João Pereira dos Santos, o Mestre João Pequeno, nasceu na cidade de Araci (BA). Discípulo de Mestre Pastinha, que o apelidou de "Cobra Mansa", teve seu primeiro contato com a Capoeira por intermédio de Barbosa e Juvêncio. Gravou seu primeiro disco solo pelo Programa Nacional de Capoeira em 1990. Hoje é muito prorurado por alunos do Brasil e do exterior como uma das, referências vivas da Capoeira Angola. É o capoeirista mais velho do Brasil vivo.
MESTRE ACORDEON - CALIFÓRNIA - USA (1943)

Ubirajara Guimarães Almeida nasceu em Salvador em 1943 iniciou-se na capoeira em 1956 e foi um dos alunos do Mestre Bimba que mais se destacou. Em 1959 começou a ensinar capoeira e em 1961 abriu sua 1º academia denominada Quilombos.
Atualmente ensina capoeira na cidade Berkeley Califórnia - USA. Já gravou vários cd´s e editou três livros.

"A Capoeira é tudo que a boca come e tudo que o corpo dá"
Vicente Joaquim Ferreira Pastinha, filho de pai espanhol e mãe baiana, é um dos mais importantes "Velhos Mestres da Capoeira". Foi um dos fundadores do Centro Esportivo de Capoeira Angola e teve como Mestre o negro e ex-escravo Benedito. Artista, poeta, escritor, filósofo e, acima de tudo em Capoeira, Mestre Pastinha conta em sua obra com o livro "Capoeira Angola", publicado em 1964 e com disco fonográfico "Capoeira Angola -Mestre Pastinha e sua Academia" (Philips. 1969). Conquistou a admiração de renomados artistas e intelectuais como Jorge Amado, Carybé, Mário Cravo, dentre outros que tiveram o privilégio de conviver com o Mestre. Participou, representando o Brasil, do I Festival Internacional de Arte Negra de Dakar ."Seu Pastinha", ainda hoje, é considerado como o grande divulgador do "Tao da Capoeira"
MESTRE BIMBA - BA (1900-1974)

"A aranha vive do que tece"
Manoel dos Reis Machado, baiano de nascimento, filho de Luís Cândido Machado e de Maria Martinha do Bonfim, iniciou-se na Capoeira em 1912 com Bentinho, um Capitão da Cia de Navegação Baiana. Lutador por excelência, Mestre Bimba na década de 30, cria a "Capoeira Regional" como uma forma de "resgatar" a característica de luta da Capoeira. Em 1932, funda a primeira academia de Capoeira do mundo, existente até hoje no Centro Histórico de Salvador. No decorrer de sua mestria, teve como alunos pessoas influentes e de destaque da sociedade baiana como o Dr. Antônio Carlos Magalhães, o Dr. Lomanto Júnior e o Dr. Decânio entre outros. Mestre Bimba é considerado por muitos, como o "Pai da Capoeira Moderna" - já que criou um método próprio de ensino - e também como um dos grandes responsáveis pela aceitação. da Capoeira como uma modalidade de Esporte, interrompendo o processo de repressão policial e amenizando a discriminação social sofrida até então.
MESTRE NORONHA - BA (1909/1977)

"O capoeira deve ser muito educado ao ser apresentado nos altos meios sociais. Se valente, deixar de lado esta vida que já se passou. Devemos adquirir lastro de amizade. É o que devemos fazer".
Daniel Coutinho, nasceu em Salvador (BA), na Baixa do Sapateiros e iniciou seu aprendizado na Capoeira com Cândido da Costa (Cândido Pequeno) aos 8 anos de idade. Foi engraxate, estivador, doqueiro, trapicheiro e ajudante de caminhão. Junto com Livino, Maré, Amorzinho, Aberrê, Percílio, Geraldo Chapeleiro, Juvenal Engraxate, Geraldo Pé de Abelha, Zehí, Feliciano Bigode de Seda, Bom Nome, Henrique Cara Queimada, Onça Preta, Cimento, Argemiro Grande, Argemiro Olho de Pombo, Antônio Galindeu, Antônio Boca de Porco, Cândido Pequeno (Argolinha de ouro), Lúcio Pequeno e Paquete do Cabula fundou o "Primeiro Centro de Capoeira Angola do Estado da Bahia", em Ladeira da Pedra, Gengibirra, na Liberdade. Com Livino fundou, também o "Centro de Capoeira Angola da Conceição da Praia". Deixou seus manuscritos organizados por Frede Abreu e publicados pelo Programa Nacional de Capoeira, intitulado "ABC da Capoeira Angola".
MESTRE COBRINHA VERDE - BA ( 1917 - 1983 )

"Dois angoleiros que entendem de luta não podem disputá-la, porque um quer vencer o outro e pode aplicar um golpe mortal"
Rafael Alves França, mandingueiro respeitadíssimo no seu percurso por este mundo de meu Deus. Nasceu em Santo Amaro da Purificação (BA). Com 4 anos de idade iniciou-se na Capoeira pelas mãos de Besouro, seu primo carnal. Além de seu primeiro mestre, Cobrinha Verde também bebeu da sabedoria de Maitá, Licurí, Joité, Dendê, Gasolina, Siri de Mangue, Doze Homens, Espiridião, Juvêncio Grosso, Espinho Remoso, Neco, Canário Pardo e Tonha. Foi 3° Sargento no antigo Quartel do CR em Campo Grande, tendo participado também da Revolução de 32 entre outras pelejas. Durante muitos anos ensinou em seu Centro Esportivo de Capoeira Angola Dois de Julho, com sede no Alto de Santa Cruz, s/ n°, no Nordeste de Amaralina.
MESTRE WALDEMAR DE PERO VAZ - BA (1916 - 1990)

"Um esporte que eu estimo é essa luta Angola"
Waldemar Rodrigues da Paixão, cantador absoluto, Capoeira desde rapaz, esteve presente nessa Roda, sempre ensinando com seu canto, mostrando como é que faz. Teve como seus Mestres, nada menos do que Siri de Mangue, Tanabí e Canário Pardo. Frequentador assíduo das Festas de Largo, tinha o seu barracão, na Liberdade, onde ensinava e promovia as suas Rodas, muito conhecidas e apreciadas por todos e frequentadas por capoeiras e artistas como o notável Carybé. Ficou conhecido também pela qualidade e beleza dos berimbaus que fabricava. Temido e respeitado, por todos com quem jogava, teve vários admiradores e alunos, dentres eles Zacarias. Muitos e muitos capoeiristas e estudiosos, várias vezes recorrem ao Mestre que sempre atendeu a todos com a simpatia e cortesia de um Capoeira genuíno. Hoje Mestre Waldemar anda por outras Rodas, porém aqueles que passam pela Avenida Peixe, na Liberdade, ainda podem sentir a sua presença e ouvir o seu inconfundível canto, acompanhado com seu "berimbau voizero".
MESTRE BIGODINHO - BA (1922)

Francisco de Assis é conhecido na Roda de Capoeira Angola como Bigodinho, na Roda de Capoeira Regional como Gigante e pelos mais antigos como Pequenininho. Iniciou-se na Capoeira no Jardim Suspenso da Barra, com Mestre Cobrinha Verde e depois foi aluno de Mestre Pastinha. "Mudou de partido" quando foi para a academia de Mestre Bimba. Parceiro de Menino Gordo (muitas vezes confundido com ele por ser muito pareceido) começou a ensinar no Seminário Central, passando depois para a sua Academia "Capoeira São Gonçalo", com sede à Rua Rodrigues Ferreira, 226, na Federação. Frequentador assíduo das Rodas no Lar das Pombas (aos domingos) e na Barra, no Jardim Baiano, Mestre Bigodinho tem no rol de sua criação o toque de Berimbau chamado "Cinco Salomão", que como ele diz é para "jogo miudinho, em baixo, jogo miudinho no chão, só embaixo". Além de ter participado do filme "Os Cangaceiros" e ser um exímio contador de "causos", Mestre Gigante, como bom e apaixonado seresteiro, não rejeita um bom violão para cantar e relembrar aventuras do passado.
MESTRE CAlÇARA - BA (1923 - 1997)

"Roupa de homem não dá em menino"
Antônio Conceição Moraes, quem já não ouviu falar do famoso Mestre Caiçara da Bahia? Cantador de primeira qualidade, contador de muitos casos e estórias da Capoeira, tem sempre uma boa reza para oferecer aos seus camaradas e por certo, aos não camaradas também. Figura muito conhecida das Festas de Largo de Salvador, Mestre Caiçara sempre está presente em qualquer festejo popular, portanto em sua camisa as cores vermelho e verde, promovendo sempre a sua Academia Angola São Jorge dos irmãos Unidos do Mestre Caiçara, cujo o nome também é o título de seu primeiro disco fonográfico gravado pela AMC, São Paulo, e encontrado ainda nas lojas de disco. Defensor radical das tradições africanas é sempre bom receber em Nagâ, Ketu, Gêge e Angola, suas bençãos e ouvir sua opinião sobre os grandes Capoeiras do passado e suas considerações sobre a Capoeira de hoje. Todas as tardes ele se encontrava no terreiro de Jesus confabulando, vendendo seu peixe e gingando, mas no dia 28 de agosto de 1997, ele nos deixou com sua arte e magia.
MESTRE CANJIQUINHA - BA (1925- 1994)

"A Capoeira é alegria, é encanto, é segredo"
Washington Bruno da Silva, nasceu em Salvador (BA), filho de @. Amália Maria da Conceição. Aprendeu Capoeira com Antônio Raimundo - o legendário Aberrê. Iniciou-se na Capoeira em 1935, na Baixa do Tubo, no Matatu Pequeno. "No banheiro do finado Otaviano" (um banheiro público). Filho de lavadeira, Mestre Canjiquinha foi sapateiro, entregador de marmita, mecanógrafo. Dentre outras atividades foi também jogador de futebol (goleiro) do Ypiranga Esporte Clube, além de cantor de boleros nas noites soteropolitanas. Participou também dos filmes "O Pagador de Promessas", "Operação Tumulto", "Capitães de areia", "Barra Vento", "Senhor dos Navegantes" e "A moça Daquela Hora". Além de fotonovelas com Sílvio César e Leni Lyra. Fundou o Conjunto Folclórico Aberrê, tendo sido Mestre de Antônio Diabo, Paulo dos Anjos, Burro Inchado, Madame Geny, Vitor Careca, Robertão e Brasília, dentre outros nomes da Capoeira atual.
MESTRE TRAÍRA - BA

José Ramos Do Nascimento, Capoeira de fama na Bahia, marcou época e ganhou notabilidade ímpar na arte das Rasteiras e Cabeçadas. Nodisco fonográfico, produzido pela Editora Xauã, intitulado "Capoeira" - hoje uma das raridades mais preciosas para os estudiosos e adeptos desta Arte - tem presença marcante envolvendo a todos os ouvites. Sobre a beleza e periculosidade do seu jogo, assim se referiu Jorge Amado: "Traíra, um cabloco seco e de pouco falar, feito de músculos, grande mestre de capoeira. Vê-lo brincar é um verdadeiro prazer estético. Parece bailarino e só mesmo Pastinha pode competir com ele na beleza dos movimentos, na agilidade, na rigidez dos golpes. Quando Traíra não se encontrana Escola de Waldemar, está ali por perto, na Escola de Sete Molas, também na Liberdade". Mestre Traíra também teve importante participação no filme "Vadiação", de Alexandre Robatto Filho, produzido em 1954, junto aos outros grandes capoeiristas baianos como Curió, Nagé, Bimba, Waldemar, Caiçara, Crispim e outros."
MESTRE GEGÊ - RJ (1949)

Geraldo da Costa Filho, nascido em 09/04/1949 na cidade Maragogipe/BA. Conheceu seu primeiro mestre os 7 anos de idade, na praia de São Joaquim, hoje Feira de São Joaquim/BA. Iniciou os primeiros passos com o Mestre Sete que possuía este apelido, por ter batido em 7 policias.
Em 1956 ingressou no colégio interno onde estudou música, dentre outras atividades. Oriundo dos proprietários de navios negreiros. Em 1965 mudou-se para o Rio de Janeiro mas sempre viajava para sua terra natal, onde apartir de 1968 passou a frequentar o terreiro do Mestre Valdemar da Paixão e Traíra, no bairro de Pero Vaz em Salvador. No final da década de 1960, começou a frequentar as rodas de capoeira do Rio de Janeiro levado pelo seu irmão capoeirista, onde conheceu Touro da Penha, Mintirinha, Paulão, Corvo, Sillas, sendo todos na época alunos do Mestre Mintirinha.
Seu último Mestre foi José Pedro do grupo Gaiamus - Nagos. Formado em história e hoje pertence ao departamento de pesquisa de historiadores do Grupo Muzenza.
MESTRE JOÃO GRANDE - NY - USA (1933)

"A capoeira é como o mar, as ondas vão e vem!"
João Oliveira dos Santos, Mestre João Grande, nascido na cidade de Itagí (BA), iniciou-se na Capoeira pelos ensinamentos de Vicente Joaquim Ferreira Pastinha (Mestre Pastinha). Já percorreu vários países da Europa, África e América do Norte - com o Grupo Folclórico "Viva Bahia", coordenado pela professora e folclorista Emília Biancardi - divulgando a sua arte e a obra de seu mestre. Foi condecorado, em 1990, com a Medalha do Mérito Desportivo, uma das mais altas condecorações na área do Esporte do Brasil. Mestre João Grande gravou, também em 1990, pelo Programa Nacional de Capoeira, o seu primeiro disco solo. Hoje, estabelecido em Nova lorque, é considerado um dos Mestres mais importantes da Capoeira Angola.
MESTRE JOÃO PEQUENO - ARACI - BA (1917)

"A capoeira é uma coisa que nasce no sangue da gente. Na natureza e no espírito".
João Pereira dos Santos, o Mestre João Pequeno, nasceu na cidade de Araci (BA). Discípulo de Mestre Pastinha, que o apelidou de "Cobra Mansa", teve seu primeiro contato com a Capoeira por intermédio de Barbosa e Juvêncio. Gravou seu primeiro disco solo pelo Programa Nacional de Capoeira em 1990. Hoje é muito prorurado por alunos do Brasil e do exterior como uma das, referências vivas da Capoeira Angola. É o capoeirista mais velho do Brasil vivo.
MESTRE ACORDEON - CALIFÓRNIA - USA (1943)

Ubirajara Guimarães Almeida nasceu em Salvador em 1943 iniciou-se na capoeira em 1956 e foi um dos alunos do Mestre Bimba que mais se destacou. Em 1959 começou a ensinar capoeira e em 1961 abriu sua 1º academia denominada Quilombos.
Atualmente ensina capoeira na cidade Berkeley Califórnia - USA. Já gravou vários cd´s e editou três livros.
ÁRVORE GENEALÓGICA DO GRUPO MUZENZA
Mestre Antônio CorróNão existe registro fotográfico.
Mestre Antônio Corró, era um negro,funcionário público da Prefeitura de Salvador, aprendeu com o Mestre Aberrê o qual ensinou ao Mestre Paraná.
MESTRE PARANÁ - BA ( 1923 - 1972 )
Nome: Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como Mestre Paraná, foi um dos melhores tocadores de berimbau de todos os tempos. Nasceu em Salvador - Bahia - em 1923, sendo o primeiro a tocar berimbau na orquestra sinfônica do teatro municipal do Rio de Janeiro. Participou também no filme "O Pagador de Promessas".
Esse angoleiro nato, viajou por todo o Brasil, mostrando a capoeira e o som inigualável do seu "gunga", gravando um compacto duplo pela CBS, no inicio da décata de 1960 (capoeira Mestre Paraná), fato este o primeiro que se tem notícia. Convidado por Mercedes Batista, foi a Portugal divulgar a capoeira jogada no Brasil.
Mestre Paraná fundou o Grupo de capoeira São Bento Pequeno nos idos nos anos 50, do qual com muito orgulho, constitui toda a formação do grupo Muzenza. No dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro), vítima de um súbito colapso cardíaco, morre cantando o grande angoleiro, deixando uma lacuna em nossa capoeiragem.
MESTRE MINTIRINHA - RJ ( 28/08/1950 )
Nome: Luiz Américo da Silva
Apelido: Mestre Mintirinha
Nascimento: 28/08/1950
Profissão: Advogado, Mestre de Capoeira.
Aos 28 dias do mês de agosto do ano de 1950, no hospital de Bonsucesso, nasce Luiz Américo da Silva, o MESTRE MINTIRINHA. No ano de 1956, já aos 6 anos de idade, Luiz Américo estava acompanhado de sua mãe, passando por Bonsucesso, depois da Avenida Itaoca, escutou um som diferente, então desconhecido por ele, e pediu que sua mãe o levasse para ver do que se tratava, chegando lá para viu que era o som de um berimbau, e ficou fascinado com o que tinha visto, pessoas treinando uma luta ao som daquele instrumento que o encantara tanto.
Então pediu para que sua mãe o matriculasse no GRUPO DE CAPOEIRA SÃO BENTO PEQUENO, que tinha como Mestre o Sr. Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como MESTRE PARANÁ, que não cobrava nada e dava as suas aulas no fundo de um quintal.
Devido a uma historinha, assim como em sua música, que chegou contando um dia, o Mestre Paraná disse: Agora conta outra “Mintirinha”, daí ficou apelidado de MINTIRINHA, sendo que teve outros apelidos, como Índio por exemplo.
Mais tarde, já com seus 15 anos de idade, no ano de 1965, começou a dar aulas de capoeira para uma turma.
Com mais ou menos quinze ou dezesseis anos, no ano de 1966, estava numa roda na quadra da ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA, quando Mestre Paraná o apresentou como Mestre Mintirinha.
Nesta época existiam três grupos de capoeira, o Grupo de Capoeira São Bento Pequeno do Mestre Paraná, que ficava em Bonsucesso, o do Mestre Artur Emídio que ficava em Higienópolis e o do Mestre Mário Santos, da Bonfim, que ficava em Olaria. Sendo que o Luiz Américo, já apresentado como Mestre Mintirinha, foi convidado pelo Mestre Mário Santos para dar aulas na academia dele, no ano de 1966.
Durante a sua vida como capoeirista o Mestre obteve várias glórias, algumas quando se consagrou como o 1º CAMPEÃO BRASILEIRO DE CAPOEIRA, TETRACAMPEÃO INTERESTADUAL DE CAPOEIRA PELA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PUGILISMO, e muitas outras glórias.
O Mestre é conhecido onde quer que vá, basta que seu Gunga faça o chamado para se saber que naquela roda encontra-se o mais antigo Mestre de capoeira da cidade do Rio de Janeiro. Além disto ainda é um excelente percursionista.
O Mestre conheceu 18 países, teve a oportunidade de gravar com Paul Simom, conheceu Maria Bethânia ainda jovem.
Durante um certo tempo de sua vida o Mestre trabalhou no Instituto Padre Severino, onde lecionou capoeira. Após conhecer a Sra. , Cleide, Hoje sua esposa, que o estimulou a dar aulas em academias, fundou o GRUPO TERRA DE CAPOEIRA, que já existe a 9 anos.
O Mestre foi um dos primeiros capoeiristas a dar chutes em sacos de 120 Kg , o primeiro a quebrar mesas, telhas e outras coisas.
O Mestre recebeu a maior honra dada a um Cidadão do Estado do Rio de Janeiro que é a Comenda Tiradentes na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Algumas frases do Mestre entre outras que ficaram na história.
- “EU SOU O VENTO, EU PASSO ONDE VOCE NÃO PASSA , E QUANDO EU PASSO, VOCE NÃO FICA”
- “SOU APENAS UM GRÃOZINHO DE AREIA NUM OCEANO CHAMADO CAPOEIRA, O MESTRE SE CHAMA DEUS.”
MESTRE PAULÃO - RJ ( 16/06/1955 )
Nome: Paulo Sergio da Silva
Apelido: Mestre Paulão
Nascimento: 16/06/1955
Profissão: Militar, Advogado, Professor de E. Fisica e Mestre de Capoeira.
Paulo Sergio da Silva, Mestre Paulão, nascido aos 16 dias do mês de junho de 1955, na cidade do Rio de Janeiro
Foi iniciado na capoeira pelo seu irmão, Mestre Mintirinha, na década de 60, aos oito anos de idade na rua Ozéas Mota , nº41 casa 3 em Bonsucesso, prosseguindo seu aprendizado na Academia Milton Ribeiro em Olaria e no Clube Santo Antônio de Ramos. Foi reconhecido como Mestre de capoeira na década de setenta.
Mestre Paulão é um dos principais arquitetos da capoeira contemporânea, pois com seu alto nível de entendimento , colocou um de seus melhores alunos , o Mestre Burguês, no Estado do Paraná, obtendo com isso a hegemonia dos estados do sul do Brasil.
O Mestre é formado em Direito, é Militar da reserva remunerada no posto de Capitão de Corveta do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O Mestre foi agraciado com várias medalhas, dentre as quais destaco:
- Medalha Mérito Marinheiro com passador de Bronze e com Passador de Prata alcançadas em 09/06/1983 e 05/06/1993.
- Medalha do Mérito Pedro Ernesto em 18/04/1997
- Medalha do Mérito Tiradentes na Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, em 27/05/1998.
Com várias participações desportivas desde 1971, destaco algumas de suma importância:
- Exibição de Capoeira no Centro de Cultura Física Regional da Bahia, na Rua Barreto Muniz, nº 1 - 1º andar – Terreiro de Jesus ( Academia do saudoso Mestre Bimba), em 1974, Salvador Bahia.
- Visita ao Mestre Pastinha, como componente do Grupo ADOC de Capoeira, representando o Rio de Janeiro em 1974, Salvador Bahia.
- Exibição de Capoeira para a Academia de Polícia Militar da Bahia, 1974, representando a Capoeira do Rio de Janeiro.
- Demonstração de Capoeira no 9º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro em 1976.
- Exibição no Museu de Arte e Tradições Populares, que apresentou a sua nova Diretoria da Federação Carioca de Pugilismo, à Capoeira do Grande Rio.
- Várias exibições na Divisão Anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais, na década de 70.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda da Central do Brasil, considerada uma das páginas históricas da Capoeira do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda de Capoeira de Nossa Senhora da Penha, considerada uma das maiores demonstrações de fé, dos Capoeiras do Rio de Janeiro.
- Assíduo freqüentador das rodas de Capoeira domingueira de Mestre Zé Pedro, a Guaiamum Nagô, em Bonsucesso, considerado nos anos 70, como um dos maiores pontos de encontro de capoeiristas do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da roda de Capoeira de Mestre Arthur Emídio no bairro de Higienópolis, nas décadas de 60/70.
- Participante ativo do movimento de reconhecimento da Capoeira como luta marcial genuína,mente brasileira, realizado no Rio de Janeiro em 1972/1973, onde nasceram os cordéis com as cores da nossa querida Bandeira do Brasil, onde o verde era o iniciante, o verde amarelo era graduado, o amarelo era o guerreiro, o amarelo azul era o respeitado, o azul o Professor, o verde amarelo azul o Contramestre, o verde e branco o Mestre , o amarelo e branco o Mestre em 2º grau, o azul e branco o Mestre em terceiro grau e o Branco só era usado por Mestres com mais de Trinta anos de Mestrado e não isso que hora é apresentado.
- Participou de várias rodas de Capoeira do Grupo Senzala, no bairro do Cosme Velho.
- Participou de várias exibições de Capoeira e Batizados na Academia de Mestre Paulo Gomes em São Paulo.
O Mestre participou de inúmeras apresentações de Capoeira que se eu for enumerar, acho que não caberá nesta página.
Em prosa e versos, o seu aluno, o Mestre Burguês, fez inúmeras homenagens ao seu Mestre Paulão em mais de trinta trabalhos, entre livros e discos, por ele realizados a frente do Grupo Muzenza de Capoeira.
O Mestre também foi exaltado em um dos trabalhos mais significativos da história da Capoeira, “ O PULO DO GATO “ de Mestre Mintirinha.
Mestre Paulão formou três Mestres de Capoeira, que são :
- Mestre Burguês,
- Mestre Fernando,
- Mestre Paulinho Suam.
O Mestre gravou o CD volume 10 “ Mestre Paulão” do Grupo Muzenza de Capoeira com participação do Mestre Gegê e Mestre Burguês.
O Mestre possui os registros de Mestre de Capoeira na Confederação Brasileira de Pugilismo sob o nº 31/1973.
Federação Carioca de Pugilismo sob o nº 5.135/1975.
Federação de Pugilismo do Estado do Rio de Janeiro sob o nº 0634/1978.
Cartão de Inscrição Profissional Autônomo sob o nº 597890.00 atividade Instrutor de Capoeira.
Confederação Brasileira de Capoeira sob o nº AA-039( definitivo), 22º nível, Mestre de Honra Cordel Branco, Lacre Ouro.
Conselho Regional de Educação Física – DF sob o registro 06/001746T/DF.
Atualmente o Mestre luta pela profissionalização do Mestre de Capoeira.
MESTRE BURGUÊS - RJ ( 06/09/1955 )
Antonio Carlos de Menezes, nasceu em Laranjeiras - Sergipe, e com 3 meses de idade, mudou-se com a família para o Rio de Janeiro. Teve o seu primeiro contato com a capoeira aos doze anos de idade, quando cursava a 6ª série no colégio Evangélico em Ramos ao lado da Escola de Samba Imperatriz Leopoldinense.
Jogava muita bola por ali, e havia um capoeirista chamado China, que sempre encrencava, e batia em todos. Então, um dia, resolveu treinar capoeira, para não apanhar mais do China, e de mais ninguém.
O primeiro mestre, foi um exemplar do livro Capoeira sem Mestre, comprado pelo amigo Nelson, e juntos começaram a treinar os primeiros movimentos, no morro do Alemão ( Ramos - RJ ), local onde Nelson morava. Passado algum tempo, tomaram o gosto pela arte, e começaram a assistir as rodas do mestre Mintirinha. Logo de início identificaram-se com o estilo de luta de seu irmão, Paulão, que iniciava suas aulas no clube do Bolinha.
Como não tinham dinheiro para pagar a academia, juntaram cobre, chumbo, garrafas velhas, jornal, e venderam, conseguindo juntar dinheiro suficiente para pagar 3 meses de aula antecipados. Como isso era raro na época, Paulão pensou que os meninos eram ricos dando assim o apelido de Conde e Burguês.
Mais tarde, o amigo Conde acabou afastando-se da capoeira.
Mestre Burguês, depois de passar por muitas dificuldades, como frio, fome, dificuldades financeiras, preconceito e discriminação, conseguiu superar vários obstáculos e aos poucos instalar e fixar o Grupo Muzenza no sul do Brasil.
Fundou a Federação paranaense de Capoeira em 1985, foi um dos fundadores da Confederação brasileira de Capoeira em 1992, fundou e é o presidente da Superliga Brasileira de Capoeira em 1998, publicou o livro O estudo da Capoeira, em 1978, e Cânticos da Capoeira em 1982. Possui também 22 CDs de capoeira editados, sendo um deles gravado no Canadá. Em 1995, criou um jornal com a finalidade de resgatar a tradição da capoeira e ajudar todos os capoeiristas, e ministrou cursos em mais de 30 países.
Mestre e Presidente do Grupo Muzenza, há 35 anos. Lecionou no sul do Brasil 32 anos.
Técnico e Mestre de 18 campeões brasileiros, Campeão Brasileiro em 1987 (pela Confederação Brasileira de Pugilismo), editou 2 livros de capoeira “O Estudo da Capoeira - 1976” e “Cânticos de Capoeira - 1978” Gravou 21 CDs, 13 DVDs e ministrou cursos em mais de 30 países, realizador de vários eventos mundiais.
Mestre Burguês
Antonio de Menezes, o Mestre Burguês, nasceu em 06/09/1955 em Laranjeiras/SE. Aos três meses de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.
Aos doze anos de idade, deu seus primeiros passos na capoeira com um amigo de colégio, Nelson, em Ramos. Os dois para não apanhar do China, um menino que gostava de bater em todo mundo, compraram o livro "Capoeira Sem Mestre" e começaram a treinar.
Com o passar do tempo, entrou em contato com as rodas de Mestre Mentirinha em Ramos, Bonsucesso e identificaou-se com o estilo de Mestre Paulão, fundador do grupo Muzenza.
Nessa época, Mestre Paulão estava iniciando as aulas, no Clube do Bolinha, e Burguês decidiu matricular-se.
O apelido resultou do fato de após arrecadar garrafas e chumbo pelas ruas e vender ferro velho, pagar adiantado a mensalidade de 3 meses.
Mestre Burguês, dedicou-se bastante à capoeira e depois de alguns anos, Mestre Paulão, ocupado com suas atividades na marinha, transferiu o comando do grupo a Burguês, que é o presidente até hoje.
Em 1975, após lecionar em Madureira e Meyer (RJ), foi para Curitiba, transferindo a matriz da Muzenza para o Paraná iniciando um trabalho voltado para as raízes da capoeira, implantando essa modalidade em clubes, escolas, comunidades carentes, univesidades e quartéis.
Ao longo de sua carreira realizou vários congressos, encontros nacionais, fundou a Federação Paranaense de Capoeira, a confederação Brasileira de Capoeira e a Super Liga Brasileira de Capoeira, na qual é presidente.
Em 2006 retorna a cidade do Rio de Janeiro, reencontrando sua raiz, amigos e família, renovando as energias para continuar a saga da Família Muzenza
Mestre Antônio Corró, era um negro,funcionário público da Prefeitura de Salvador, aprendeu com o Mestre Aberrê o qual ensinou ao Mestre Paraná.
MESTRE PARANÁ - BA ( 1923 - 1972 )

Esse angoleiro nato, viajou por todo o Brasil, mostrando a capoeira e o som inigualável do seu "gunga", gravando um compacto duplo pela CBS, no inicio da décata de 1960 (capoeira Mestre Paraná), fato este o primeiro que se tem notícia. Convidado por Mercedes Batista, foi a Portugal divulgar a capoeira jogada no Brasil.
Mestre Paraná fundou o Grupo de capoeira São Bento Pequeno nos idos nos anos 50, do qual com muito orgulho, constitui toda a formação do grupo Muzenza. No dia 7 de Março de 1972, no IAPASE (Rio de Janeiro), vítima de um súbito colapso cardíaco, morre cantando o grande angoleiro, deixando uma lacuna em nossa capoeiragem.
MESTRE MINTIRINHA - RJ ( 28/08/1950 )

Apelido: Mestre Mintirinha
Nascimento: 28/08/1950
Profissão: Advogado, Mestre de Capoeira.
Aos 28 dias do mês de agosto do ano de 1950, no hospital de Bonsucesso, nasce Luiz Américo da Silva, o MESTRE MINTIRINHA. No ano de 1956, já aos 6 anos de idade, Luiz Américo estava acompanhado de sua mãe, passando por Bonsucesso, depois da Avenida Itaoca, escutou um som diferente, então desconhecido por ele, e pediu que sua mãe o levasse para ver do que se tratava, chegando lá para viu que era o som de um berimbau, e ficou fascinado com o que tinha visto, pessoas treinando uma luta ao som daquele instrumento que o encantara tanto.
Então pediu para que sua mãe o matriculasse no GRUPO DE CAPOEIRA SÃO BENTO PEQUENO, que tinha como Mestre o Sr. Osvaldo Lisboa dos Santos, conhecido como MESTRE PARANÁ, que não cobrava nada e dava as suas aulas no fundo de um quintal.
Devido a uma historinha, assim como em sua música, que chegou contando um dia, o Mestre Paraná disse: Agora conta outra “Mintirinha”, daí ficou apelidado de MINTIRINHA, sendo que teve outros apelidos, como Índio por exemplo.
Mais tarde, já com seus 15 anos de idade, no ano de 1965, começou a dar aulas de capoeira para uma turma.
Com mais ou menos quinze ou dezesseis anos, no ano de 1966, estava numa roda na quadra da ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA, quando Mestre Paraná o apresentou como Mestre Mintirinha.
Nesta época existiam três grupos de capoeira, o Grupo de Capoeira São Bento Pequeno do Mestre Paraná, que ficava em Bonsucesso, o do Mestre Artur Emídio que ficava em Higienópolis e o do Mestre Mário Santos, da Bonfim, que ficava em Olaria. Sendo que o Luiz Américo, já apresentado como Mestre Mintirinha, foi convidado pelo Mestre Mário Santos para dar aulas na academia dele, no ano de 1966.
Durante a sua vida como capoeirista o Mestre obteve várias glórias, algumas quando se consagrou como o 1º CAMPEÃO BRASILEIRO DE CAPOEIRA, TETRACAMPEÃO INTERESTADUAL DE CAPOEIRA PELA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE PUGILISMO, e muitas outras glórias.
O Mestre é conhecido onde quer que vá, basta que seu Gunga faça o chamado para se saber que naquela roda encontra-se o mais antigo Mestre de capoeira da cidade do Rio de Janeiro. Além disto ainda é um excelente percursionista.
O Mestre conheceu 18 países, teve a oportunidade de gravar com Paul Simom, conheceu Maria Bethânia ainda jovem.
Durante um certo tempo de sua vida o Mestre trabalhou no Instituto Padre Severino, onde lecionou capoeira. Após conhecer a Sra. , Cleide, Hoje sua esposa, que o estimulou a dar aulas em academias, fundou o GRUPO TERRA DE CAPOEIRA, que já existe a 9 anos.
O Mestre foi um dos primeiros capoeiristas a dar chutes em sacos de 120 Kg , o primeiro a quebrar mesas, telhas e outras coisas.
O Mestre recebeu a maior honra dada a um Cidadão do Estado do Rio de Janeiro que é a Comenda Tiradentes na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.
Algumas frases do Mestre entre outras que ficaram na história.
- “EU SOU O VENTO, EU PASSO ONDE VOCE NÃO PASSA , E QUANDO EU PASSO, VOCE NÃO FICA”
- “SOU APENAS UM GRÃOZINHO DE AREIA NUM OCEANO CHAMADO CAPOEIRA, O MESTRE SE CHAMA DEUS.”
MESTRE PAULÃO - RJ ( 16/06/1955 )

Apelido: Mestre Paulão
Nascimento: 16/06/1955
Profissão: Militar, Advogado, Professor de E. Fisica e Mestre de Capoeira.
Paulo Sergio da Silva, Mestre Paulão, nascido aos 16 dias do mês de junho de 1955, na cidade do Rio de Janeiro
Foi iniciado na capoeira pelo seu irmão, Mestre Mintirinha, na década de 60, aos oito anos de idade na rua Ozéas Mota , nº41 casa 3 em Bonsucesso, prosseguindo seu aprendizado na Academia Milton Ribeiro em Olaria e no Clube Santo Antônio de Ramos. Foi reconhecido como Mestre de capoeira na década de setenta.
Mestre Paulão é um dos principais arquitetos da capoeira contemporânea, pois com seu alto nível de entendimento , colocou um de seus melhores alunos , o Mestre Burguês, no Estado do Paraná, obtendo com isso a hegemonia dos estados do sul do Brasil.
O Mestre é formado em Direito, é Militar da reserva remunerada no posto de Capitão de Corveta do Corpo de Fuzileiros Navais da Marinha do Brasil.
O Mestre foi agraciado com várias medalhas, dentre as quais destaco:
- Medalha Mérito Marinheiro com passador de Bronze e com Passador de Prata alcançadas em 09/06/1983 e 05/06/1993.
- Medalha do Mérito Pedro Ernesto em 18/04/1997
- Medalha do Mérito Tiradentes na Assembléia Legislativa do estado do Rio de Janeiro, em 27/05/1998.
Com várias participações desportivas desde 1971, destaco algumas de suma importância:
- Exibição de Capoeira no Centro de Cultura Física Regional da Bahia, na Rua Barreto Muniz, nº 1 - 1º andar – Terreiro de Jesus ( Academia do saudoso Mestre Bimba), em 1974, Salvador Bahia.
- Visita ao Mestre Pastinha, como componente do Grupo ADOC de Capoeira, representando o Rio de Janeiro em 1974, Salvador Bahia.
- Exibição de Capoeira para a Academia de Polícia Militar da Bahia, 1974, representando a Capoeira do Rio de Janeiro.
- Demonstração de Capoeira no 9º Batalhão de Polícia Militar do Rio de Janeiro em 1976.
- Exibição no Museu de Arte e Tradições Populares, que apresentou a sua nova Diretoria da Federação Carioca de Pugilismo, à Capoeira do Grande Rio.
- Várias exibições na Divisão Anfíbia do Corpo de Fuzileiros Navais, na década de 70.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda da Central do Brasil, considerada uma das páginas históricas da Capoeira do Estado do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da lendária e histórica roda de Capoeira de Nossa Senhora da Penha, considerada uma das maiores demonstrações de fé, dos Capoeiras do Rio de Janeiro.
- Assíduo freqüentador das rodas de Capoeira domingueira de Mestre Zé Pedro, a Guaiamum Nagô, em Bonsucesso, considerado nos anos 70, como um dos maiores pontos de encontro de capoeiristas do Rio de Janeiro, do Brasil e do Mundo.
- Assíduo freqüentador da roda de Capoeira de Mestre Arthur Emídio no bairro de Higienópolis, nas décadas de 60/70.
- Participante ativo do movimento de reconhecimento da Capoeira como luta marcial genuína,mente brasileira, realizado no Rio de Janeiro em 1972/1973, onde nasceram os cordéis com as cores da nossa querida Bandeira do Brasil, onde o verde era o iniciante, o verde amarelo era graduado, o amarelo era o guerreiro, o amarelo azul era o respeitado, o azul o Professor, o verde amarelo azul o Contramestre, o verde e branco o Mestre , o amarelo e branco o Mestre em 2º grau, o azul e branco o Mestre em terceiro grau e o Branco só era usado por Mestres com mais de Trinta anos de Mestrado e não isso que hora é apresentado.
- Participou de várias rodas de Capoeira do Grupo Senzala, no bairro do Cosme Velho.
- Participou de várias exibições de Capoeira e Batizados na Academia de Mestre Paulo Gomes em São Paulo.
O Mestre participou de inúmeras apresentações de Capoeira que se eu for enumerar, acho que não caberá nesta página.
Em prosa e versos, o seu aluno, o Mestre Burguês, fez inúmeras homenagens ao seu Mestre Paulão em mais de trinta trabalhos, entre livros e discos, por ele realizados a frente do Grupo Muzenza de Capoeira.
O Mestre também foi exaltado em um dos trabalhos mais significativos da história da Capoeira, “ O PULO DO GATO “ de Mestre Mintirinha.
Mestre Paulão formou três Mestres de Capoeira, que são :
- Mestre Burguês,
- Mestre Fernando,
- Mestre Paulinho Suam.
O Mestre gravou o CD volume 10 “ Mestre Paulão” do Grupo Muzenza de Capoeira com participação do Mestre Gegê e Mestre Burguês.
O Mestre possui os registros de Mestre de Capoeira na Confederação Brasileira de Pugilismo sob o nº 31/1973.
Federação Carioca de Pugilismo sob o nº 5.135/1975.
Federação de Pugilismo do Estado do Rio de Janeiro sob o nº 0634/1978.
Cartão de Inscrição Profissional Autônomo sob o nº 597890.00 atividade Instrutor de Capoeira.
Confederação Brasileira de Capoeira sob o nº AA-039( definitivo), 22º nível, Mestre de Honra Cordel Branco, Lacre Ouro.
Conselho Regional de Educação Física – DF sob o registro 06/001746T/DF.
Atualmente o Mestre luta pela profissionalização do Mestre de Capoeira.
MESTRE BURGUÊS - RJ ( 06/09/1955 )

Jogava muita bola por ali, e havia um capoeirista chamado China, que sempre encrencava, e batia em todos. Então, um dia, resolveu treinar capoeira, para não apanhar mais do China, e de mais ninguém.
O primeiro mestre, foi um exemplar do livro Capoeira sem Mestre, comprado pelo amigo Nelson, e juntos começaram a treinar os primeiros movimentos, no morro do Alemão ( Ramos - RJ ), local onde Nelson morava. Passado algum tempo, tomaram o gosto pela arte, e começaram a assistir as rodas do mestre Mintirinha. Logo de início identificaram-se com o estilo de luta de seu irmão, Paulão, que iniciava suas aulas no clube do Bolinha.
Como não tinham dinheiro para pagar a academia, juntaram cobre, chumbo, garrafas velhas, jornal, e venderam, conseguindo juntar dinheiro suficiente para pagar 3 meses de aula antecipados. Como isso era raro na época, Paulão pensou que os meninos eram ricos dando assim o apelido de Conde e Burguês.
Mais tarde, o amigo Conde acabou afastando-se da capoeira.
Mestre Burguês, depois de passar por muitas dificuldades, como frio, fome, dificuldades financeiras, preconceito e discriminação, conseguiu superar vários obstáculos e aos poucos instalar e fixar o Grupo Muzenza no sul do Brasil.
Fundou a Federação paranaense de Capoeira em 1985, foi um dos fundadores da Confederação brasileira de Capoeira em 1992, fundou e é o presidente da Superliga Brasileira de Capoeira em 1998, publicou o livro O estudo da Capoeira, em 1978, e Cânticos da Capoeira em 1982. Possui também 22 CDs de capoeira editados, sendo um deles gravado no Canadá. Em 1995, criou um jornal com a finalidade de resgatar a tradição da capoeira e ajudar todos os capoeiristas, e ministrou cursos em mais de 30 países.
Mestre e Presidente do Grupo Muzenza, há 35 anos. Lecionou no sul do Brasil 32 anos.
Técnico e Mestre de 18 campeões brasileiros, Campeão Brasileiro em 1987 (pela Confederação Brasileira de Pugilismo), editou 2 livros de capoeira “O Estudo da Capoeira - 1976” e “Cânticos de Capoeira - 1978” Gravou 21 CDs, 13 DVDs e ministrou cursos em mais de 30 países, realizador de vários eventos mundiais.
Mestre Burguês
Antonio de Menezes, o Mestre Burguês, nasceu em 06/09/1955 em Laranjeiras/SE. Aos três meses de idade mudou-se com a família para o Rio de Janeiro.
Aos doze anos de idade, deu seus primeiros passos na capoeira com um amigo de colégio, Nelson, em Ramos. Os dois para não apanhar do China, um menino que gostava de bater em todo mundo, compraram o livro "Capoeira Sem Mestre" e começaram a treinar.
Com o passar do tempo, entrou em contato com as rodas de Mestre Mentirinha em Ramos, Bonsucesso e identificaou-se com o estilo de Mestre Paulão, fundador do grupo Muzenza.
Nessa época, Mestre Paulão estava iniciando as aulas, no Clube do Bolinha, e Burguês decidiu matricular-se.
O apelido resultou do fato de após arrecadar garrafas e chumbo pelas ruas e vender ferro velho, pagar adiantado a mensalidade de 3 meses.
Mestre Burguês, dedicou-se bastante à capoeira e depois de alguns anos, Mestre Paulão, ocupado com suas atividades na marinha, transferiu o comando do grupo a Burguês, que é o presidente até hoje.
Em 1975, após lecionar em Madureira e Meyer (RJ), foi para Curitiba, transferindo a matriz da Muzenza para o Paraná iniciando um trabalho voltado para as raízes da capoeira, implantando essa modalidade em clubes, escolas, comunidades carentes, univesidades e quartéis.
Ao longo de sua carreira realizou vários congressos, encontros nacionais, fundou a Federação Paranaense de Capoeira, a confederação Brasileira de Capoeira e a Super Liga Brasileira de Capoeira, na qual é presidente.
Em 2006 retorna a cidade do Rio de Janeiro, reencontrando sua raiz, amigos e família, renovando as energias para continuar a saga da Família Muzenza
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